“Os descomissionamentos arbitrários aconteceram em Santa Catarina, mas isso só reforça o caráter autoritário da atual gestão da Caixa. Por isso, queremos alertar os empregados a ficarem atentos em meio às medidas administrativas arbitrárias. Caso algum trabalhador seja prejudicado, a orientação é para que acione imediatamente o Sindicato para as ações jurídicas cabíveis”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e da Fenae
A atual gestão do banco, que destituiu seis servidores de suas funções por causa de um erro cometido pela Prefeitura de Nova Veneza, em Santa Catarina. O episódio que desencadeou as dispensas, sem qualquer participação dos empregados lotados na Superintendência Regional de Santa Catarina, foi a troca do nome do presidente da Caixa numa placa alusiva à inauguração de uma obra pública no município.
No lugar de Pedro Guimarães, atual presidente, a placa trazia o nome de Gilberto Occhi, presidente da Caixa na gestão passada. O fato ocorreu no último dia 14/6 e foi tratado pelas autoridades de Brasília como um ato político, mesmo tendo a Prefeitura assumido a responsabilidade pelo equívoco, por meio de ofício. A Prefeitura de Nova Veneza, cidade com cerca de 15 mil habitantes, é governada pelo PSDB, partido que apoia o governo Jair Bolsonaro.
O descomissionamento causou graves prejuízos à vida funcional dos empregados. Diante da medida injustificada da direção da Caixa, o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, solicitou a imediata reintegração dos trabalhadores em suas funções. Para ele, o caminho adotado na SR catarinense é equivocado. Ele critica a política de recursos humanos da nova gestão da Caixa, que vem causando insatisfação dos empregados.
Além de punir injustamente os trabalhadores, a atitude da direção atingiu justamente a Superintendência Regional de Criciúma (SC), primeira colocada na obtenção de resultados positivos entre as 84 existentes no país.
ATO POLÍTICO – A Contraf-CUT encaminhou ofício à direção da Caixa solicitando informações sobre a convocação de empregados para participar de ato político sem relação com a atividade-fim do banco. O fato aconteceu dia 19/6, em São Paulo, quando trabalhadores que realizaram curso de Libras, gerentes e superintendentes, foram convocados a participar da assinatura de convênio do banco com o Centro Paralímpico Brasileiro (CPB). Além do presidente da empresa, Pedro Guimarães, o evento contou também com a presença de Bolsonaro. A representação dos empregados considera louvável toda iniciativa que leve à inclusão de pessoas com deficiência. Entretanto, esse tipo de convocação só reforça o caráter político do evento, além disso, a Caixa e o CPB sequer firmaram um convênio novo. O patrocínio das ações do Centro Paralímpico já existia, mas havia sido cortado pelo governo federal. Em 2017, a Caixa cortou 20% das verbas destinadas ao atletismo e aos esportes paraolímpicos. Neste ano, o pagamento das verbas, já reduzidas, são contingenciadas e sofrem constantes atrasos.
PCDs – O presidente da Caixa anunciou a contratação de 2 mil pessoas com deficiência. Mas esse número não será suficiente para que o banco cumpra a cota mínima de 5% de PCDs prevista em lei. O cumprimento da cota legal dos PCDs aprovados no concurso de 2014 foi determinado pela Justiça. Decisão acatou ação civil pública do Ministério Público do Trabalho.