Itaú e Bradesco continuam a registrar ganhos gigantescos e a liderar o ranking dos maiores bancos privados do País. De acordo com análise do Dieese, o lucro líquido recorrente do Itaú foi de R$ 11,942 bilhões no primeiro semestre de 2015, alta de 25,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Bradesco anunciou lucro líquido de R$ 8,778 bilhões, no primeiro semestre de 2015, um crescimento de 20,6% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Mas o progresso nos rendimentos dos dois bancos não se reflete na geração de empregos. Ao contrário, os bancos continuam demitindo.
Itaú – Apesar dos ganhos, o Itaú, o maior banco privado do País, cortou 2.392 postos de trabalho em doze meses, uma redução de 2,7% no número de funcionários. Fechou 43 agências no período e criou 44 “agências digitais”, sem ponto físico, inteiramente virtual. Também foram fechados 23 postos de atendimento (PAs). A terceirização também cresce na empresa: foram criados 721 novos correspondentes bancários de janeiro a junho deste ano.
Bradesco – O Bradesco anunciou lucro líquido de R$ 8,778 bilhões no primeiro semestre de 2015, um crescimento de 20,6% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Mas as demissões continuam a todo o vapor. Houve corte de 5.125 postos de trabalho, queda de 5,2% no quadro de funcionários, em doze meses. Foram fechadas 52 agências e 34 PAs em doze meses. Foram abertas 1.856 unidades do correspondente bancário Bradesco Expresso, todos terceirizados.
“Na proporção que aumenta o lucro do Itaú, graças ao esforço e competência do seu corpo funcional, cresce também na mesma proporção a ganância, o desrespeito e a falta de reconhecimento do banco para os mesmos. Não tem justificativa, em mais um período que o banco acumula fortunas, ele demitir e fechar postos de atendimento. O que vai na contramão do que o banco prega na grande mídia, que pratica responsabilidade social”
Ribamar Pacheco, diretor do SEEB/CE e representante da Fetrafi/NE na COE/Itaú
“O Bradesco precisa de mais empregados, ter mais respeito pelos bancários e clientes. Demite, não contrata, explora com metas absurdas quem fica e não dá um bom atendimento à população. Precisamos unir forças e enfrentar essa política de metas absurdas, agências com número insuficiente de bancários, salários menores que o do mercado, demissão imotivada, altas tarifas, redirecionamento de clientes, restrição de usuários e produtos empurrados goela abaixo. O banco precisa valorizar seus funcionários. Por isso vamos à luta! Agora é coBRAr do banco”
Gabriel Motta, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco