Bancos cobram juros abusivos em empréstimos para funcionários

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Os bancos são rigorosos com os funcionários inadimplentes, mas estimula o endividamento de seus empregados. A Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Feeb RJ/ES) pesquisou as linhas de crédito oferecidas pelos principais bancos privados aos seus trabalhadores e constatou que o Unibanco cobra juros e taxas abusivos, mas divulga os empréstimos como um excelente benefício ao alcance de qualquer um.


Dos bancos pesquisados – Unibanco, Bradesco, Itaú, Santander e ABN Real – somente o último assinou a adesão ao programa de crédito consignado do governo e cobra juros que diminuem de acordo com o prazo do financiamento. Todos os outros cobram taxas que aumentam para empréstimos de período maior.


TAC – Somente no Unibanco há cobrança de Taxa de Abertura de Crédito (TAC), que pode variar entre R$ 60 e R$ 300. A cobrança desta taxa, além de absurda por si só, ainda é abusiva. Para comparar, o ABN Real cobra dos clientes uma TAC de R$ 150.


É do Unibanco também a mais alta taxa de juros. A maioria fica perto dos 2%, dependendo do prazo – exceto o ABN Real, que ficou entre 1,6% e 1,5%. Os juros no Unibanco começam em 2,1%, para financiamento por até seis meses, e podem chegar até 2,78% para empréstimos pagos em até 72 meses. A empresa não estende a linha de crédito aos trabalhadores lesionados.


O banco que tem o segundo maior juro é o Itaú, mas a taxa é única para todos – 2,4% – independente do prazo de quitação. O Itaú também é o que oferece o prazo mais curto de financiamento – apenas 24 meses, no máximo.


No Santander, o endividamento do funcionário esbarra numa cláusula bem simples: cada parcela do pagamento da dívida só pode corresponder a, no máximo, 30% dos vencimentos. O prazo do financiamento é o segundo maior do mercado – 48 meses – e os juros vão de 1,75% a 2%. No Bradesco as taxas cobradas dos funcionários vão de 1,59% a 2% para até 36 meses.