Bancos e as leis, um casamento distante

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Após uma semana em que o tema Segurança nos Bancos foi o mais divulgado pela imprensa, responsabilizando as instituições financeiras pelo não cumprimento de leis de segurança, abrimos um novo debate, muito mais amplo.

As instituições financeiras gastam milhões, quiçá bilhões, com a publicidade de empresas sócio-responsáveis. Mas como acreditar nestes mesmos atores que descumprem a legislação pátria sem nenhum peso de responsabilidade com a sociedade?


O povo de Fortaleza, por exemplo, através da nossa Câmara de Vereadores, criou várias leis sobre a atividade bancária. Temos as leis: 9.807/2011 sobre obrigatoriedade de guarda-volumes, a 9.017/2005 que estabelece o tempo de 15 a 30 minutos para atendimento e a Lei 7.274/1993 que torna obrigatória as portas detectoras de metais; isso sem falar nas leis estaduais e federais. Como vemos, os bancos nos dão o maior mau exemplo de civilidade, pois são eles, na verdade, os maiores fora-da-lei que temos na atualidade. Por que empresas que tanto lucram e tanto nos cobram para prestar seus serviços, atuam desrespeitando as leis que a sociedade tanto exige do Poder Legislativo?


O Sindicato dos Bancários do Ceará sempre protestou contra o desrespeito que as direções dos bancos fazem com todos, bancários e clientes, em diversos assuntos. É a retirada da porta giratória em desrespeito à lei e à vida da população, é o interdito proibitório em desrespeito à garantia constitucional do direito à greve, é o assédio moral em desrespeito à saúde e a vida do bancário, é a pressão por metas intangíveis que desrespeita a moral, a ética profissional e, até mesmo, os normativos próprios das empresas.


Pois bem, volto aqui a lembrar, banco está a serviço meramente dos banqueiros. À nós, meus companheiros, fica a lição do Pai: respeite o próximo como a si mesmo. Respeito é tudo!

Gustavo Machado Tabatinga Júnior – Diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará