Bancos eliminaram 2.135 empregos de janeiro a abril de 2015

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Somente no mês de abril, o setor bancário eliminou mais 886 empregos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Até mesmo a Caixa Econômica Federal teve saldo negativo: foram 634 vagas a menos.


Entre janeiro e abril, os bancos cortaram 2.135 empregos, e a Caixa, 977. Em empresas por todo o Brasil foram eliminadas 98 mil vagas em abril, e 137 mil desde janeiro.


Apenas os bancos múltiplos com carteira comercial, categoria na qual se enquadram BB, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC, eliminaram 282 empregos em abril (contrataram 2.701 e demitiram 2.983), e 1.245 nos quatro primeiros meses do ano (entraram 9.494 e saíram 10.739).


Uma das razões pode estar no fato de que os novos empregados do setor bancário em abril entraram ganhando em média 61,9% do salário dos demitidos: a remuneração média dos desligados era de R$ 5.896,87, enquanto que a dos contratados foi R$ 3.652,38. Nos quatro meses, essa proporção ficou estável: os salários dos novos contratados era em média 60% do que ganhavam os demitidos.


O grande número de cortes na CEF se explica pelo Programa de Apoio à Aposentadoria, lançado em fevereiro. A adesão ao programa, cujas inscrições terminaram em 30 de abril, foi grande. Já no lançamento do PAA, os representantes dos empregados cobraram mais contratações, porque a tendência era que diminuísse mais ainda o número de bancários por unidades.


“Essa carência de funcionários nas agências é o que vemos no dia a dia e lutamos para mudar: os bancos demitem trabalhadores com mais tempo de casa para engordar ainda mais seus lucros. Queremos mais contratações para atender dignamente a população e melhorar as condições de trabalho dos bancários”
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do SEEB/CE e da Fetrafi/NE