A Receita de Prestação de Serviços dos bancos brasileiros teve um crescimento assustador de 1994 até 2005, chegando a marca dos 582% nominais. Quem é atingindo frontalmente com isso é o cliente, que tem sua renda reduzida – seja ele alta ou baixa renda, a cobrança é igual. Segundo o Banco Central, 70,01% das receitas de prestação de serviços do setor estão relacionadas à cobrança de tarifas decorrentes das relações com os clientes. Esses dados fazem parte do estudo que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) divulgou dia 20/6, na sede do Sindicato dos Bancários.
A apresentação foi feita pelo supervisor estadual do Dieese, Reginaldo Aguiar, com a participação dos diretores do Sindicato, Tomaz de Aquino, que enfatizou: “o sistema financeiro deveria se voltar mais para operações de crédito e não de prestação de serviço”, e Carlos Eduardo, segundo o qual “os bancos estão acumulando riqueza nacional que poderia estar a serviço do desenvolvimento do País”. Ambos afirmaram que o Sistema Financeiro, deveria voltar-se para o crédito produtivo e não apenas para a ganância do lucro, sem medida.
Segundo o estudo do Dieese, em 1994, as receitas de prestação de serviço significavam 6,25% no total das receitas do setor bancário. Ao final de 2005, elas já haviam subido para 12,7%. Em termos absolutos, são distribuídos na forma de lucro líquido R$ 4,9 bilhões de um valor adicionado (que representa a contribuição de cada componente na geração da renda da atividade bancária) de R$ 39,8 bilhões.
O estudo também aponta que a cada R$ 1 recebido pelos bancos em 2005, 22% foram destinados a pagamento de despesas de pessoal, 51% para despesas estruturais, 15% para tributos e 12% para o lucro. Nos três maiores bancos do País – Banco do Brasil, Bradesco e Itaú, a soma dos resultados chega a R$ 20,1 bilhões, que corresponde a 17,3% do fatura-mento total das três instituições, em 2005.
Finalmente, os diretores do Sindicato alertaram para que o cliente fique atento cada vez mais para questionar essas cobranças exorbitantes de tarifas dos serviços, pois a livre concorrência do País leva os bancos a cobrarem tarifas sem controle de precificação, ou seja, cada um faz o seu preço, a sua tabela de tarifas.