Nos dois primeiros meses de 2016 houve fechamento de 783 postos de trabalho nos bancos em todo o País, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada dia 23/3 pela Contraf-CUT. Os estados com mais postos fechados foram São Paulo e Rio de Janeiro.
Dez estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo, com 668 cortes e no Rio de Janeiro, com 373 cortes. Os estados com maiores saldos positivos foram Bahia, Pernambuco e Pará, com geração de 98, 96 e 83 novos postos de trabalho bancário, respectivamente.
A análise por Setor de Atividade Econômica revelou que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial que engloba grandes instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, juntamente com a Caixa Econômica Federal, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Ao todo, fecharam 636 postos de trabalho. Desse total, a Caixa respondeu pelo corte de 192 postos.
Desigualdade – A pesquisa demonstrou que a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda faz parte da realidade do ambiente de trabalho do setor financeiro. As 2.170 mulheres admitidas nos bancos nos dois primeiros meses de 2016 receberam, em média, R$ 2.952,46. Esse valor corresponde a 78,9% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo período (de R$ 3.754,96). A diferença de remuneração entre homens e mulheres é mais acentuada no desligamento. As mulheres demitidas em janeiro e fevereiro recebiam R$ 5.266,43, o que representou 70% da remuneração média dos homens que foram desligados dos bancos no mesmo período.
Faixa Etária – Os bancários admitidos concentraram-se na faixa até 29 anos, com saldo positivo de 1.534 postos. Por sua vez, nas faixas acima dos 30 anos o saldo foi negativo em 2.317 postos de trabalho.
“O setor bancário é um dos poucos que lucram e lucram alto. Só em 2015, os cinco maiores – Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa – tiveram, juntos, lucro de R$ 70 bilhões, crescimento de 16% em relação ao resultado que tiveram em 2014. Sendo assim, não têm nenhuma justificativa para cortar postos de trabalho”
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do SEEB/CE e da Fetrafi/NE