Bancos ocupam últimas posições em geração de emprego

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Imagine se seleções tradicionais de futebol ficassem nas últimas colocações da Copa do Mundo de Futebol da África do Sul – a França não vale. O resultado seria ao mesmo tempo surpreendente e vexatório sob todos os aspectos. Guardadas as devidas proporções foi o que aconteceu com o desempenho das instituições financeiras em termos de geração de novos postos de trabalho no País.


Os bancos, segundo informações divulgadas semana passada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, tiveram uma atuação pífia, principalmente quando se observa o grande desempenho em termos de lucratividade do setor. Do total de 298 mil novas colocações registradas em maio, apenas 1.767 empregos formais foram criados pelas instituições financeiras.

LANTERNA – O Caged divide a economia privada em 24 setores. As instituições financeiras ficaram em 24º, o último lugar nas comparações entre os resultados de maio e entre os que se referem ao período de junho de 2009 a maio de 2010. Na comparação de janeiro a maio deste ano não melhora muito, ficando na penúltima colocação, 23º, e superando apenas o comércio varejista. O resultado não difere muito do apresentado em abril, quando ficaram em último lugar em duas das três comparações e em 23º em outra.


Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra, a postura dos bancos de não ampliar os postos de trabalho na mesma proporção que o País cresce, com o consequente aumento da demanda aos trabalhadores das instituições financeiras, impacta também nas condições de trabalho dos funcionários.


“As pessoas estão adoecendo em virtude do ritmo alucinante das agências e departamentos, do assédio moral e da pressão pelo cumprimento de metas abusivas. Essa situação tem de mudar e o momento de aumentar a cobrança é na Campanha Nacional unificada que está começando”, afirma Carlos Eduardo, que completa: “vamos denunciar à população tudo o que está acontecendo nas instituições financeiras e ampliar a mobilização por mais contratações, aumento real nos salários e por condições dignas de trabalho”.