BANCOS QUEREM FECHAR 1.200 AGÊNCIAS ATÉ 2020

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Ao mesmo tempo em que anunciam lucros bilionários, os maiores bancos brasileiros anunciam o fechamento de mais 1.200 agências e a consequente demissão de centenas de bancários até o fim do ano que vem. Esse é o resultado do processo de digitalização dos serviços bancários. Ou seja, o cliente que paga tarifa, não recebe o serviço. Cada vez mais tem de fazer tudo sozinho, seja por meio dos telefones inteligentes, computadores, tablets ou terminais de autoatendimento.


O processo de fechamento de agências e demissões já começou. Só o Banco do Brasil, que lucrou R$ 13,2 bilhões este ano, fechou 462 agências no mesmo período e demitiu 3.360 trabalhadores e trabalhadoras. Octavio de Lázari, presidente do Bradesco, banco que teve um lucro líquido de R$ 19 bilhões até o terceiro trimestre deste ano, anunciou o fechamento de 450 agências até 2020. A instituição já fechou 50 até setembro e pretende fechar mais 100 até o fim deste ano.


Outro dos grandes bancos brasileiros, o Itaú, anunciou que pretende fechar até o dia 25/11 mais 86 agências convencionais e 18 “Personalité”. Já são 240 agências fechadas este ano. O Itaú também anunciou a adoção de um novo modelo de agência bancária, sem caixas humanos. Na Caixa Econômica Federal, o presidente Pedro Guimarães admitiu a possibilidade de abertura de capital e fechamento de agências, o que pode ocorrer em 2020, após os pagamentos das parcelas de saque extraordinário do FGTS e do saque-aniversário.


LUCRO – Só os cinco maiores bancos do país – Itaú, Bradesco, Caixa, BB e Santander – lucraram mais de R$ 43 bilhões somente este ano, mas querem mais, com demissões e menos agências. Estudos mostram que apenas com a arrecadação das instituições com tarifas, os bancos pagam as folhas de pagamento. E ainda sobra.

Somente no mês de setembro, de acordo com levantamento feito pela Contraf-CUT com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), já foram cortados 1.928 postos de trabalho nas instituições financeiras. O saldo entre contratações e demissões é negativo e já alcança 3.328 empregos.


O Comando Nacional dos Bancários defende que haja um bom atendimento ao cliente e para isso é necessário ter mais trabalhadores nas agências. Os bancários também têm conversado com a sociedade, no sentido de alertar sobre a necessidade haver agências físicas e de os bancos serem obrigados a atender os cidadãos.


É importante ressaltar que os bancários não são contrários à implementação de novas tecnologias, mas que é preciso capacitar trabalhadores para que se adaptem às mudanças e, principalmente, que os empregos sejam preservados.