Bancos rejeitam todas as propostas dos bancários na primeira rodada de negociação

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Demonstrando a sua já conhecida intransigência, os banqueiros negaram tudo durante a primeira rodada de negociação. Durante dois dias, 30 e 31/8, discutindo emprego e reivindicações sociais, os banqueiros disseram ‘não’ a tudo e reforçaram mais ainda a importância da mobilização dos bancários.


No primeiro dia de negociação, na terça-feira, 30/8, os bancos rejeitaram as reivindicações sobre garantia de emprego, fim das terceirizações e extensão do abono-assiduidade a todos os bancários. No segundo dia, na quarta-feira, 31/8, a Fenaban rejeitou as reivindicações sobre melhorias de atendimento à população, o que inclui ampliação do horário de abertura das agências, respeito da jornada de seis horas, redução do tempo de espera na fila, mais contratações de bancários e implementação de mais caixas para atender melhor os clientes.


As propostas da categoria, aprovadas pela 13ª Conferência Nacional, são de que os bancos ampliem o horário de atendimento das agências das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho e respeito da jornada de seis horas de todos os bancários. Os bancos devem também ampliar o número de caixas a um mínimo de cinco em cada agência, reduzir o tempo de fila a um máximo de 15 minutos e contratar mais bancários para melhorar o atendimento à população e assim aliviar a sobrecarga de trabalho.


Os representantes dos bancos disseram que esses temas não dizem respeito aos sindicatos – e sim aos bancos e ao Banco Central – e não devem, portanto, fazer parte da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários. “Questionamos que esses assuntos são de interesse imediato dos bancários, uma vez que tem a ver com a jornada, com a sobrecarga de trabalho e com a melhoria do atendimento à população, uma vez que são eles que estão na linha de frente do contato com os clientes e usuários e sofrem o impacto das reclamações”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.


O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, convocou os bancários à mobilização. “Diante das negativas dos banqueiros e dessa demonstração de tamanha intransigência já na primeira rodada, negando taxativamente importantes reivindicações da categoria, não nos resta outra coisa a fazer a não ser ir para as ruas e mostrar a nossa força. Temos que mostrar aos banqueiros que nós não pensaremos duas vezes na hora de lutarmos por nossos direitos e não vamos permitir que o setor mais lucrativo do País queira economizar justamente com a nossa vida, a nossa segurança e as nossas conquistas. Vamos à luta!”, conclui.

TERCEIRIZAÇÃO – O Comando Nacional também cobrou dos bancos o fim da terceirização no sistema financeiro, que precariza as relações de trabalho e coloca em risco o sigilo bancário dos clientes. A discussão será aprofundada na mesa temática sobre terceirização conquistada na campanha nacional do ano passado. “O fim da terceirização e da precarização do trabalho são pilares centrais do conceito de emprego decente que aprovamos na Conferência, que engloba remuneração digna, sem discriminações, emprego saudável, emprego seguro e aposentadoria decente”, diz Carlos Cordeiro.

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES – O Comando Nacional cobrou dos representantes da Fenaban a realização de um novo censo na categoria para averiguar os resultados dos programas implementados pelas empresas para combater as discriminações de gênero, raça, opção sexual e contra pessoas com deficiência – implementados após a realização do Mapa da Diversidade, em 2008. Os negociadores patronais disseram que vão consultar os bancos sobre a reivindicação.


O Comando Nacional protestou contra o descaso da Fenaban com as questões relacionadas com a igualdade de oportunidades, especialmente pelo fato de por diversas vezes a reunião da mesa temática ter sido adiada.


Ao final, a Fenaban rejeitou incluir na Convenção Coletiva as cláusulas debatidas durante a realização da mesa temática, “o que demonstra a falta de responsabilidade com os temas de inclusão previstos nesse tema”, critica Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.

COMANDO NACIONAL ORIENTA MOBILIZAÇÃO – Para mudar o ritmo das negociações, o Comando Nacional, reunido no dia 29/8, em São Paulo, decidiu orientar os sindicatos a intensificar a mobilização e a realizar semanas nacionais de luta, focando o tema que estará em negociação na mesa da Fenaban. O objetivo é aumentar a mobilização da categoria e dialogar com os clientes e a sociedade, mostrando a importância das reivindicações dos bancários, que visam emprego decente e melhoria do atendimento bancário para todos os cidadãos brasileiros.

Calendário de Negociações com Fenaban

2ª RODADA: 5 E 6 DE SETEMBRO

    Saúde, condições de trabalho e segurança

3ª RODADA: 13 DE SETEMBRO
    Remuneração

Negociações Específicas com Bancos Públicos

8 DE SETEMBRO:

   
Banco do Brasil, BNB e Caixa
9 DE SETEMBRO:

    Banco do Brasil e Banco da Amazônia
14 DE SETEMBRO:
    Caixa