BANCOS SE RECUSAM GARANTIR EMPREGOS NA CCT

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Na 4ª rodada de negociação da Campanha 2018, realizada no dia 25/7, o Comando Nacional dos Bancários cobrou da Fenaban uma garantia para os empregos e a contratação de bancários com todos os direitos previstos na Convenção Coletiva, independente da remuneração ou escolaridade. A Fenaban afirmou que não vai contratar temporários, intermitentes ou terceirizados, mas nega necessidade de determinar isso na CCT.

PRÓXIMA RODADA – No dia 1º de agosto, o Comando e Fenaban irão debater as cláusulas econômicas. Os bancários reivindicam aumento real para salários, vales, auxílios e piso, PLR maior, cobra ainda respeito à igualdade de oportunidades e de ascensão profissional para todos.


“Os bancos, o setor que ganha tanto, deve muito ao Brasil e aos brasileiros. Tem plenas condições de contratar mais bancários e ajudar a reduzir a extrema pobreza que desde o golpe só aumentou no país”
José Eduardo Marinho, presidente em exercício do SEEB/CE


 


PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES E AS RESPOSTAS DOS BANCOS

CCT PARA TODOS: O Comando cobra que a CCT valha para todos os bancários, independentemente do nível de escolaridade ou da faixa salaria, inclusive os hipersuficientes. Os bancos não garantiram, mas ficaram de analisar a reivindicação.


BANCO DE HORAS: O Comando não acha conveniente acordos individuais porque os bancários não têm governabilidade para resolver suas folgas, não podem negar o que é determinado pelas chefias. A lei pós-golpe libera esses acordos individuais e compensação em seis meses. O Comando disse não e destacou que, se precisa de um ano para compensar, é porque precisa de gente e tem de contratar. Uma nova proposta deve ser apresentada pela Fenaban.


GARANTIA NO EMPREGO E CONTRA DISPENSA IMOTIVADA E EM MASSA: Os bancos se negaram a garantir empregos e cláusula contra as demissões em massa, sob o argumento de que isso pode criar problema, travar a entrada e saída do mercado. O Comando lembrou que metade do setor tem trabalhadores estáveis e que isso nunca quebrou nenhuma empresa.


GARANTIA DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO: O Comando reivindica que o banco não poderá reduzir ou retirar o valor da gratificação/comissão em quaisquer hipóteses. A Fenaban afirmou que isso promove injustiça. Para os dirigentes sindicais, injustiça é com quem perde a gratificação e esse quadro causa insegurança para todos.


TERCEIRIZAÇÃO E OUTRAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO PÓS-GOLPE: Diante da lei trabalhista do pós-golpe, o Comando quer proibir a troca de bancários por trabalhadores precarizados. A Fenaban pediu um crédito de confiança e informou que os bancos não estão terceirizando nem têm planos de fazer isso, mas não aceitaram colocar isso na CCT. Os dirigentes do Comando Nacional dos Bancários insistiram que se não será feito, pode e deve estar garantido na CCT.


TRABALHO EM HOME OFFICE: A Fenaban afirma querer avançar neste tema, permitindo um modelo híbrido que mescle uma parte do trabalho em casa e uma parte no banco, para o qual querem apresentar uma proposta. O Comando disse que a proposta deve levar em conta as condições de saúde e que não tenha custo do trabalho para o bancário.


COMISSÃO SOBRE MUDANÇAS TECNOLÓGICAS: Sobre a criação de uma comissão bipartite para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas e os impactos no emprego bancário, a Fenaban informou que entendeu a mensagem, mas que existe uma preocupação sobre o sigilo das empresas e irá refletir sobre o tema.


AGÊNCIAS DIGITAIS: O Comando reivindica que os serviços em agências bancárias digitais sejam desempenhados exclusivamente por bancários, visando garantir a qualidade de atendimento e proteção do sigilo bancário, que sejam respeitadas jornada e pausas para refeição e descanso de forma a proteger a saúde e evitar sobrecarga de trabalho. O Comando cobrou ainda o livre acesso dos dirigentes sindicais a essas unidades. A solicitação será analisada pela Fenaban, que dará resposta em uma nova rodada de negociação.


HOMOLOGAÇÃO: O ato homologatório deve ser realizado nos sindicatos diante de sua função fiscalizadora da rescisão contratual e do devido pagamento de todos os direitos dos trabalhadores. Os bancos ficaram de analisar para informar se colocam na CCT, mas querem quitação total do contrato de trabalho após a homologação. Os dirigentes sindicais explicaram que a homologação abrange muita gente e que a quitação total depende de cada bancário.