Banqueiros e governo propõem apenas a inflação aos trabalhadores

71


A proposta econômica que os bancos apresentaram na terça-feira (7/8), na sexta rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, foi de apenas repor a inflação – 3,90% de reajuste (INPC). Pela proposta dos banqueiros, a categoria bancária teria aumento real zero por quatro anos.


Uma nova reunião está marcada com os bancos na sexta-feira, dia 17. Foram seis rodadas de negociação entre bancários e Fenaban e a proposta apresentada não contempla reivindicações importantes, como o fim das novas formas de contratação, criadas a partir da Reforma Trabalhista (autônomo, terceirizado e intermitente e contrato parcial), garantia de emprego e melhoria das condições de trabalho.


DATA BASE

A data-base dos bancários é 1º de setembro, data limite para assinatura de uma nova CCT. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 13 de junho. Houve negociação nos dias 28/06, 12/07, 19/07 (Saúde e condições de trabalho), 25/07 (Emprego), 01/08 (Cláusulas econômicas) e 07/08.


LUCRO DOS BANCOS

O lucro líquido dos cinco maiores bancos no país – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander – nos três primeiros meses do ano atingiu a marca de R$ 20,3 bilhões, com crescimento de 18,7%.


LUCRO COM TARIFAS

Enquanto oferecem zero de aumento real para os trabalhadores, cobram taxas de juros absurdas dos clientes, com cheque especial a 305% ao ano e 292% ao ano no rotativo do cartão de crédito. Lucraram R$ 80 bilhões em 2017 em plena crise econômica e fecharam milhares de postos de trabalho e agências bancárias.


DESEMPREGO

Os cinco maiores bancos que atuam no país – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander – eliminaram 16,9 mil postos de trabalho somente em 2017. Houve uma redução no emprego bancário de 57.045 postos de trabalho entre janeiro de 2012 e junho de 2018.



“A categoria não aceita uma proposta sem aumento real, manutenção dos direitos e sem a garantia de que os bancários não serão substituídos por formas de contratação precarizadas. A mobilização vai continuar até conquistarmos proposta decente”
José Eduardo Marinho. presidente em exercício do Sindicato dos Bancários do Ceará