Banqueiros fecham 2.224 postos de trabalho somente no 1 semestre de 2009

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Os bancos que operam no Brasil fecharam 2.224 postos de trabalho no primeiro semestre de 2009 e estão usando a rotatividade para reduzir a média salarial dos bancários. É o que mostra o segundo estudo elaborado pela Contraf-CUT e pela Subseção do Dieese, divulgado na última terça-feira, 25/8, em São Paulo.


As empresas financeiras desligaram 15.459 bancários, principalmente em razão das fusões, e contrataram 13.235 entre janeiro e junho. É uma inversão do que ocorreu no ano passado, quando houve um aumento de 8.754 novas vagas no mesmo período.


O levantamento sobre a evolução do emprego nos bancos toma por base dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Essa foi a segunda rodada da pesquisa, que está sendo divulgada trimestralmente pela Contraf-CUT.


“Os bancos estão na contramão do movimento que a economia brasileira está seguindo. Enquanto os demais setores econômicos criaram 300 mil novos postos de trabalho no primeiro semestre com a retomada do crescimento, os bancos, que não sofreram nenhum impacto com a crise, estão fazendo o contrário”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.


O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo, destacou o fato de os bancos estarem diminuindo o salário dos novos contratados. Segundo ele, por conta da contratação de profissionais com escolaridade mais baixa do que os demitidos, cerca de 80% dos novos funcionários recebem de dois a três salários mínimos, valores bem inferiores. “A média salarial (R$ 1.928,00) de quem passou a trabalhar no setor no primeiro semestre foi 46,82% menor que a média dos antigos salários (R$ 3.627,00)”, afirmou. Ele completou denunciando também a irresponsabilidade social dos banqueiros. “Apesar de terem se mantido com lucratividade altíssima, os bancos estão demitindo mais do que contratando e, além disso, estão demitindo trabalhadores com mais de 10 anos de emprego bancário. Isso é ainda mais injustificável quando sabemos que o sistema financeiro foi o que apresentou a maior rentabilidade de toda a economia no primeiro semestre, quando os 21 maiores bancos somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões”.


GÊNERO – Na desagregação por gênero, a pesquisa mostra que a tendência de os afastamentos se concentrarem nos salários mais altos ocorre tanto com os bancários como com as bancárias. Mas reafirma outras pesquisas de que as mulheres continuam tendo remuneração inferior aos homens no sistema financeiro nacional: 28,62% de diferença entre os admitidos e 33,24% entre os desligados.