Banqueiros rejeitam reivindicações e Comando aponta mobilização como única solução

46


Na abertura da segunda rodada de negociação da Campanha 2013, realizada na quinta-feira, 15/8, em São Paulo, antes de entrar na discussão do tema emprego, o Comando Nacional dos Bancários cobrou respostas para as reivindicações sobre saúde e condições de trabalho apresentadas na primeira rodada, mas a Fenaban rejeitou as demandas da categoria sobre o fim das metas abusivas e avanços no combate ao assédio moral e à insegurança. Em relação ao emprego, os bancos recusaram o fim das demissões imotivadas e da rotatividade e o respeito à jornada de 6 horas. As negociações continuaram durante a sexta-feira, 16/8, mas também não houve avanço. A terceira rodada acontece nos dias 26 e 27/8.


“Somente a mobilização dos bancários vai fazer os bancos abandonarem sua postura de intransigência. Por isso é importante que todas as entidades intensifiquem a mobilização”, convoca Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.


Houve apenas um avanço na segunda rodada de negociação, diante da proposta do Comando de fazer uma pesquisa sobre o adoecimento crescente da categoria. Os bancos propuseram criar, ao final da campanha deste ano, um grupo de trabalho bipartite com a participação de especialistas para discutir o afastamento dos bancários por razões de saúde.  O Comando propôs que o GT seja criado já, com a realização da primeira reunião durante a campanha para começar a discussão e com prazo fixado para concluir os trabalhos, buscando soluções para acabar com o adoecimento. Os representantes dos bancos ficaram de dar resposta na terceira rodada de negociações.


Saúde e condições de trabalho – O Comando Nacional insistiu nas reivindicações sobre saúde, condições de trabalho e segurança para reiterar aos bancos que não fechará a campanha deste ano se não houver solução para essas importantes demandas da categoria. Por isso, antes de entrar no tema emprego, que estava agendado para a segunda rodada de negociações, os representantes dos bancários exigiram dos bancos respostas para as reivindicações apresentadas na primeira rodada, destacando: proibição de torpedos e emails enviados pelos gestores aos bancários para cobrança de metas; reduzir de 60 para 40 dias o prazo para os bancos responderem às denúncias de assédio moral encaminhadas pelos sindicatos; medidas de prevenção contra sequestros; melhoria da assistência às vítimas de assaltos e sequestros; manutenção do plano de saúde e odontológico para aposentados; folga de cinco dias por ano (abono assiduidade); acabar com o prazo de 120 dias para adiantamento de salário aos bancários com alta do INSS, mas considerados inaptos pelos bancos.


Os representantes dos banqueiros não apresentaram respostas, dizendo que essas reivindicações não estão “no radar” dos bancos.


O Comando também denunciou o descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) em relação às cláusulas sobre proibição de transporte de valores pelos bancários, não exposição do ranking individual dos funcionários e não reabilitação de trabalhadores afastados por motivos de saúde. A Fenaban ficou de atuar junto aos bancos para que a CCT seja cumprida.


Segurança bancária – Após cobrança do Comando Nacional, a Fenaban agendou uma reunião da mesa temática de segurança bancária para a próxima terça-feira, dia 20/8, em São Paulo, para apresentação da estatística de assaltos a bancos do primeiro semestre de 2013, conforme estabelece a CCT.


Fim das demissões e da rotatividade – O Comando denunciou a estratégia principalmente dos bancos privados de melhorarem o “índice de eficiência” reduzindo postos de trabalho e cortando custos com a prática da rotatividade. Os dados do Caged apontam uma redução de 4.890 empregos no 1º semestre. Nos últimos 12 meses, entre os meses de junho de 2012 e 2013, houve corte de 10 mil empregos no sistema financeiro.


Depois de mostrar os números, o Comando cobrou o atendimento das reivindicações, como garantia de emprego, proibição das demissões imotivadas conforme estabelece a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), fim da rotatividade, respeito à jornada de 6 horas para todos e manutenção da remuneração em caso de descomissionamento ou perda de gratificação. Os bancos, no entanto, rejeitaram todas essas demandas.



CALENDÁRIO DE LUTA

Agosto


20 – Dia Nacional de Luta no Ceará, com passeata dos bancários na Aldeota

28 – Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização

30 – Paralisação nacional das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

03 – Previsão de votação do PL 4330 da terceirização na CCJC da Câmara