BB lucra 20% a mais no primeiro trimestre de 2018, mas corta empregos

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O Banco do Brasil atingiu lucro líquido ajustado de R$ 3 bilhões no primeiro trimestre de 2018, crescimento de 20,3% em relação ao mesmo período de 2017. O resultado foi influenciado pelo aumento das rendas de tarifas, pela redução das despesas de provisão e as administrativas. Entretanto, o BB cortou 1.983 postos de trabalho nos últimos 12 meses e chegou a 97.981 trabalhadores. Além disso, fechou mais 270 agências no período, chegando a 4.159 em março de 2018.


Não por acaso, no primeiro trimestre o Banco do Brasil foi o terceiro banco com maior número de reclamações consideradas procedentes pelo Banco Central, segundo ranking elaborado pelo órgão, no segmento de instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes.


Nos primeiro três meses do ano, as despesas de pessoal apresentaram queda de 2,6% em relação ao mesmo trimestre de 2017. As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 5,4%, chegando a R$ 6,5 bilhões apenas nos primeiros três meses de 2018. Com essa receita, o BB paga toda sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,3 bilhão.


A redução das carteiras de crédito Pessoa Jurídica e o aumento das tarifas reforçam o afastamento do Banco do Brasil da sua função pública de fomento à economia e inclusão bancária da população de menor renda. Ao mesmo tempo em que diminui a carteira de crédito, a direção do BB incentiva a atuação das agências de crédito terceirizadas, chamadas de Cobans (Correspondentes Bancários), inclusive com a atuação de agentes terceirizados dentro das agências, o que é expressamente proibido pela resolução 4.035 do Banco Central.


“Mais um trimestre em que o Banco do Brasil cresce em detrimento da piora do atendimento, sucateamento das agências, aumentando tarifas e reduzindo o número de funcionários, comprovando que o aumento do lucro foi construído em cima do próprio sucateamento do banco”
José Eduardo Marinho, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará