BB revê lateralidade, mas não dá resposta das outras reivindicações

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O Comando Nacional dos Bancários e o Banco do Brasil se reuniram na última quarta-feira, dia 2/9, para mais uma rodada de negociação a respeito das questões específicas dos funcionários do banco na Campanha Nacional 2009. Foram discutidas as cláusulas relativas à Saúde e Condições de Trabalho.


Um dos principais pontos debatidos foi o fim da lateralidade e a volta do pagamento das substituições. O banco negou a reivindicação, mas concordou que nas agências com até sete funcionários haja o que o banco chama de “nomeação interina” para todos os cargos, cuja alçada de nomeação é das superintendências.


O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará e funcionário do BB, Carlos Eduardo, avaliou como positiva a questão da nomeação interina, mas critica a omissão do banco para as demais reivindicações. “À medida que o BB não reconhece as nossas reivindicações por melhores condições de trabalho e que não propõe uma solução para o Plano de Cargos, ele empurra o funcionário para uma greve”, avisa. “O banco não deu resposta para a maioria das reivindicações apresentadas na mesa, nem negativa, e isso tira o nosso foco da negociação para a mobilização e é preciso que ela seja forte para que possamos arrancar conquistas no Banco do Brasil”, completa.


O BB concordou também em debater o aumento da dotação de pessoal, em resposta à reivindicação dos trabalhadores, que afirmam existir falta de funcionários em praticamente todos os locais de trabalho.

ASSÉDIO MORAL – O tema assédio moral também foi debatido na mesa. Os representantes do banco afirmaram saber que existem “problemas comportamentais” e informaram que, ainda em setembro, será encaminhada para todos os funcionários uma cartilha sobre assédio moral. Além disso, o banco assumiu compromisso de instalar comitês de ética até dezembro e solicitou que os bancários denunciem à ouvidoria interna sempre que tomarem conhecimento ou sofrerem assédio moral, para que os casos fiquem registrados e sejam investigados.


“É um avanço discutir as Comissões de Ética, mas é preciso que os trabalhadores participem dessas comissões para que elas tenham eficiência, para que não aconteçam casos de assediadores como o gerente da agência Pontes Vieira, Marcos Tadeu, que já é um reincidente”, avalia Carlos Eduardo.

OUTRAS CLÁUSULAS – Com relação às outras cláusulas da minuta específica, o BB afirmou que ainda não possui respostas para algumas demandas por não haver concluído estudos a respeito. Entre elas, estão: cláusula de VCP/LER; ponto eletrônico; regulamentação de folgas; jornada de trabalho em atividades ininterruptas; e política de saúde.


A próxima rodada de negociação acontecerá no próximo dia 11/9, em Brasília. Estarão na mesa para discussão as cláusulas sociais (como licença-maternidade, auxílio-creche, auxílio-educação, previdência suplementar, vale transporte e outras) e sindicais (como Plano de Carreira, Cargos e Salários, negociação permanente, entre outras).