BNB na era digital deve ocasionar redução do quadro de pessoal

109


Sem a possibilidade de realização de novo concurso público e sem autorização para sequer convocar os concursados aprovados na última seleção, o Banco do Nordeste do Brasil anuncia com ares de vitória seu ingresso na chamada era do Banco Digital ao comunicar, através da grande mídia, o lançamento de uma nova linha de crédito para atender o segmento de pequenos varejistas, denominada Giro BNB Digital.


Nessa nova modalidade crédito “o cliente vai ao Banco uma vez, se cadastra e o Banco gera um limite de crédito para ele. Ao assinar o contrato, não precisa ir mais…Tudo é automatizado, desde a liberação dos valores até o pagamento das parcelas mediante débito em conta”, explica o superintendente de Negócios de Varejo e Agronegócio do BNB, Luiz Sérgio Machado.


Todo o processo, após o cadastro do cliente, é digitalizado por meio do site do Banco, destaca o superintendente do BNB, acrescentando que até o final deste ano o Banco irá lançar outros produtos da plataforma digital, quando até o cadastro do cliente será feito pelo internet banking em dispositivos móveis, tanto para pessoa física como para pessoa jurídica, além da possibilidade de renegociação da dívida e abertura de conta também via internet banking.


AMEAÇA AO EMPREGO – Com uma defasagem de funcionários superior a mil vagas, conforme dados técnicos elaborados pelo Banco e encaminhados à Secretaria de Controle das Estatais (SEST) como forma de justificar a solicitação de convocação dos concursados, o horizonte que se descortina hoje no BNB é o da ameaça ao emprego até mesmo daqueles que já integram os quadros da Instituição, afirma o diretor do SEEB/CE, Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB.


Para Tomaz, o grupo de funcionários alvo principal dessa redução de pessoal é aquele composto por aposentados e aposentáveis do INSS, contingente estimado hoje em quase dois mil trabalhadores. “O canto de sereia a ser executado pela direção do BNB é um chamado Programa de Incentivo ao Desligamento (PID) que, segundo informações do próprio Banco, estaria para ser autorizado pelo atual governo”, enfatiza Tomaz de Aquino. E acrescenta: mas avaliamos que, se o PID não tiver adesão esperada, a Direção do BNB deve querer adotar medidas mais drásticas como, por exemplo, promover transferências compulsórias, ao estilo da Gestão Byron Queiroz, visando, com isso, deixar os trabalhadores sem alternativa de continuar trabalhando na empresa.


“Se conseguir enxugar o quadro através de dispensa dos funcionários aposentados e aposentáveis do INSS, o BNB definhará para menos de 5 mil trabalhadores. Isso se configuraria um risco para a própria sobrevivência da Instituição. Não se trata de traçar um cenário pessimista, mas de alertar para que medidas contrárias a esta possam ser adotadas através da resistência e da luta do corpo funcional aliado à sociedade nordestina, vítima maior de uma possível extinção do BNB”
Tomaz de Aquino, diretor do SEEB/CE