Botín diz que Santander não está à venda, mas nada fala sobre emprego

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O Santander não está vendendo ativos no Brasil, disse na terça-feira (22/1) o presidente mundial do banco, Emilio Botín, antes de reunião com a presidente Dilma Roussef, em Brasília. Há duas semanas, voltaram a circular boatos sobre a venda ao Bradesco. Botín disse que “ativos aqui o Santander compra”, completando a frase com uma brincadeira: “mas não tenho tempo de comprar porque tenho de ver a presidente”.


O espanhol também disse estar confiante sobre o crescimento econômico brasileiro neste ano. “Estou convencido de que a economia brasileira terá um desempenho melhor em 2013 do que no ano passado. O Santander acredita que a economia vai crescer 3%”, disse Botín, salientando que o banco deve disponibilizar neste ano de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em recursos para financiamento a projetos de infraestrutura. No entanto, nenhuma palavra foi dita sobre emprego.


O executivo disse que o Santander está investindo muito no País, não só na abertura de novas agências, mas também em universidades. “Para nós do Santander, o Brasil é o país mais importante do mundo”, afirmou.


Botín citou o investimento em agências, caixas eletrônicos e em um grande centro de dados a ser construído em Campinas, no interior de São Paulo, e que estará entre os maiores do mundo, a ser inaugurado em 2014. Nada, porém, foi anunciado sobre investimentos para os funcionários do banco.


Nenhuma palavra sobre emprego – O presidente do Santander nada declarou para a imprensa sobre emprego, mesmo após a demissão em massa de funcionários antes do Natal. “Botín perdeu uma boa oportunidade para falar sobre as perspectivas de emprego em 2013 diante das dispensas e incertezas que aumentaram em dezembro”, avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.


“De nada adianta ter uma propaganda milionária dizendo que o Santander investe forte no Brasil, se o banco cortou quase mil postos de trabalho no último mês de 2012. Queremos que o banco faça a lição de casa, com investimentos no emprego e na melhoria das condições de trabalho, em vez de fazer dispensas de pais e mães de família, muitos com mais 10 e 20 anos de banco, perto da aposentadoria”, destaca Ademir.