No dia 12/2, o Bradesco divulgará o seu balanço de 2006. Esse dia é esperado com ansiedade pelos empregados do banco, já que o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é proporcional à lucratividade anual. O Sindicato está cobrando do Bradesco, além do fim das demissões, o cumprimento da PLR de acordo com o que foi acertado no aditivo da Fenaban em 2006.
“É uma pena que isso venha acontecendo no nosso País. O atual governo federal tem se esforçado para acelerar o crescimento, como com a criação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas os banqueiros não querem dar a contrapartida. Pelo contrário, demitem bancários com até 30 anos de banco e contratam novos funcionários ganhando bem menos”, denunciou Carlos Henrique, funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato dos Bancários.
Dentro da agência, a direção do Sindicato foi aplaudida por clientes. Uma usuária declarou que acha o Bradesco um banco “mercenário”. “Ele só quer saber de lucrar, não vê o lado humano. Eu fico muito triste de ver o tanto de trabalhador do BEC que já foi demitido sem mais, nem menos”, desabafou a cliente, que não quis se identificar.
Compra do BMC – Demonstrando mais uma vez a sua ganância por lucro, o Bradesco anunciou na quarta-feira, 24/1, que comprou o BMC, um dos dois maiores bancos privados em crédito consignado do INSS no País. A operação envolve a transferência de 100% das ações do capital social do BMC. O pagamento será feito mediante a entrega, aos acionistas da instituição adquirida, de ações do Bradesco correspondentes a aproximadamente 0,94% do seu capital social, que será aumentado em R$ 800 milhões.
Em 2006, o BMC detinha ativos totais da ordem de R$ 2,344 bilhões. Em atividade há 68 anos, o BMC tinha uma carteira de crédito total que somava, aproximadamente, R$ 2 bilhões, sendo 58% deste montante referentes a empréstimos com desconto em folha de pagamento.