Bradesco: Mais demissões previstas para esta semana

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Um enterro simbólico do emprego no Bradesco ocorreu, na sexta-feira, dia 26/1, na agência da Santos Dumont. Do lado de fora, os diretores do Sindicato dos Bancários denunciaram as demissões no banco. Para esta semana, quatro demissões de funcionários do Bradesco deram entrada no setor Jurídico do Sindicato, para homologações. Em 2006, foram 152 demissões só no Ceará.

No dia 12/2, o Bradesco divulgará o seu balanço de 2006. Esse dia é esperado com ansiedade pelos empregados do banco, já que o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é proporcional à lucratividade anual. O Sindicato está cobrando do Bradesco, além do fim das demissões, o cumprimento da PLR de acordo com o que foi acertado no aditivo da Fenaban em 2006.

“É uma pena que isso venha acontecendo no nosso País. O atual governo federal tem se esforçado para acelerar o crescimento, como com a criação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas os banqueiros não querem dar a contrapartida. Pelo contrário, demitem bancários com até 30 anos de banco e contratam novos funcionários ganhando bem menos”, denunciou Carlos Henrique, funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato dos Bancários.

Dentro da agência, a direção do Sindicato foi aplaudida por clientes. Uma usuária declarou que acha o Bradesco um banco “mercenário”. “Ele só quer saber de lucrar, não vê o lado humano. Eu fico muito triste de ver o tanto de trabalhador do BEC que já foi demitido sem mais, nem menos”, desabafou a cliente, que não quis se identificar.

Compra do BMC – Demonstrando mais uma vez a sua ganância por lucro, o Bradesco anunciou na quarta-feira, 24/1, que comprou o BMC, um dos dois maiores bancos privados em crédito consignado do INSS no País. A operação envolve a transferência de 100% das ações do capital social do BMC. O pagamento será feito mediante a entrega, aos acionistas da instituição adquirida, de ações do Bradesco correspondentes a aproximadamente 0,94% do seu capital social, que será aumentado em R$ 800 milhões.

Em 2006, o BMC detinha ativos totais da ordem de R$ 2,344 bilhões. Em atividade há 68 anos, o BMC tinha uma carteira de crédito total que somava, aproximadamente, R$ 2 bilhões, sendo 58% deste montante referentes a empréstimos com desconto em folha de pagamento.