Brics Sindical reafirma integração por soberania e desenvolvimento sustentável

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O III Fórum BRICS Sindical que se realizou no 15/7, em Fortaleza, reafirmou a integração do bloco – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – como elemento chave para combater a crise internacional e fortalecer a soberania e o desenvolvimento sustentável em cada um destes países.


Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os BRICS representam uma importante alternativa à lógica excludente ditada pelos países capitalistas centrais que, em crise, tentam se manter à base do aumento da exploração das economias periféricas. Com aproximadamente 40% dos habitantes e 15% do PIB mundial, o bloco precisa ser fortalecido com a participação dos trabalhadores, a fim de que haja crescimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.


De acordo com os sindicalistas presentes, a sustentabilidade deve ser econômica, ambiental, social e ter a participação como fundamento, como aspecto basilar. O fato de países como o Brasil terem ampliado a participação social, seja por meio de conferências, diálogos tripartites ou consultas, possibilita uma melhor intervenção da classe trabalhadora, que se vê fortalecida na disputa de hegemonia com o grande capital.

Presente ao evento, o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, condenou o fato de setores da elite e funcionários do próprio governo verem como “natural” a presença empresarial na Cúpula dos BRICS, enquanto é negada a representação aos trabalhadores.


Reunidas com a presidente Dilma Rousseff, as Centrais Sindicais receberam o compromisso da presidente de que os trabalhadores tenham assento no Brics a partir da próxima reunião. De acordo com a presidente, esta “é uma questão de simetria. Se os empresários podem fazer o seu fórum, que ocorre em paralelo à reunião dos Brics e apresentar suas propostas, os trabalhadores também têm esse direito”.


“Uma delegação de diretores do Sindicato dos Bancários do Ceará se fez presente no BRICS Sindical e ajudou a construir a carta de Fortaleza com a ótica dos trabalhadores colocando, inclusive, a solicitação  da participação dos trabalhadores na gestão do Banco do Desenvolvimento, pois o entendimento do movimento sindical bancário é que precisamos ter indicações dos trabalhadores para que se busque otimizar os recursos deste banco focando, sobretudo, a pauta do documento construído em nossa cidade”
Clécio Morse, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará


 


Confira algumas das Deliberações do III Fórum Sindical


•  Trabalhar com base nas normas e princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na promoção do Trabalho Decente;


• Defender os direitos legítimos da classe trabalhadora;


• Estabelecer o diálogo e a cooperação para a promoção da paz, segurança, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável global;


• Fortalecer a proteção social para jovens e mulheres;


• Trabalhar para que os BRICS avancem ainda mais nas políticas públicas que favoreçam a distribuição da riqueza; a segurança alimentar e energética de nossas nações;


• Que o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS e o Arranjo Contingente de Reservas (ACR) colabore para a efetiva transformação da atual arquitetura econômica internacional;


• Ressaltar a importância da ação integrada entre os BRICS no interior do G20 como um elemento vital para criar mecanismos de taxação das transações financeiras, das grandes fortunas e dos paraísos fiscais;


• Necessidade de aceleração do crescimento e do desenvolvimento sustentável;


• Promover a inserção das mulheres e da juventude no mercado de trabalho;


• Ancorar o desenvolvimento econômico com o desenvolvimento socioambiental;


• Compromisso de que a representação dos trabalhadores será ampla, plural, democrática e inclusiva;


• Reconhecimento pelos Chefes de Estado e Governo do Fórum do BRICS Sindical como um espaço institucional dentro da estrutura oficial do BRICS;


• Consideramos que as Centrais Sindicais dos países BRICS deveriam estar representadas nos diversos grupos de trabalho, inclusive no Banco de Desenvolvimento dos BRICS.