Briga interna pelo poder fragiliza gestão do BNB

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Ainda abalado por denúncias de corrupção e, escândalos e pela substituição de presidente e diretores, o BNB segue fragilizado em sua gestão por uma sangrenta e silenciosa disputa interna pelo poder, envolvendo diretores, funcionários de carreira e dirigentes oriundos de outras instituições, recentemente nomeados pelo Governo Dilma.


A disputa, segundo fontes externas e internas do Banco, tem suas raízes nos próprios conflitos existentes hoje na base aliada do Governo, onde se digladiam na busca de cada vez mais espaço político partidos como o PMDB, o PSB e o PT, principalmente, além de outras siglas de menor densidade e expressão política.


Por trás de uma diretoria que se apresenta como técnica, pois formada por funcionários de carreira e bancários vinculados a instituições como o Banco do Brasil e a CEF, estão padrinhos políticos fortes, guindados recentemente a postos da mais alta relevância política no País, como é o caso do atual presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, ungido ao cargo por forças políticas conservadoras que manietam e manobram o governo Dilma.


Segundo apurou o Sindicato dos Bancários do Ceará, os chamados “diretores da casa” – assim designados dirigentes que são funcionários de carreira do BNB – seriam “afilhados” de Renan Calheiros. Seu objetivo principal: derrubar os diretores que não são do BNB, inclusive o presidente, que ocupam as funções designados diretamente pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega.


O SEEB/CE recebeu informações  de que o vazamento de denúncias envolvendo Ary Joel Lanzarin faz parte do chamado “fogo amigo”, pois a meta final do “grupo da casa” é ocupar a presidência do BNB. E adverte: por trás de uma falsa retomada do fortalecimento do Banco pode estar um projeto de desfiguramento da verdadeira missão desenvolvimentista do BNB, que levaria o Banco a uma disputa varejista incompatível com a sua estrutura de Banco misto, mais voltada para o fomento.  A tão temida reestruturação do BNB, guardada a sete chaves pela direção da Empresa, viria para dar suporte a esse processo de bancarização, com sérios prejuízos para o corpo funcional e para a nobre função do BNB.


O SEEB/CE teme que essa verdadeira carnificina política, que já se arrasta há quase dois anos, possa vir a servir de pretexto para o esvaziamento e até a extinção do BNB. O Sindicato lamenta o silêncio de entidades internas e externas sobre o assunto e avisa que continuará alerta em defesa do BNB, pelo que o Banco representa para o Nordeste e a sua sofrida população.