Caixa desrespeita Convenção Coletiva ao cobrar metas individuais de seus empregados

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Ao divulgar recentemente um documento com as diretrizes para a implantação do Programa de Gestão de Desempenho de Pessoas, que descreve as etapas do processo de cumprimento de metas, a Caixa Econômica Federal desrespeita o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho. A denúncia foi formulada pela Apcef/SP, para quem o programa deixa claro que haverá “consequências pertinentes ao desempenho de cada um”.


Um dos objetivos do programa é realizar ranqueamento individual de empregados. Isto, inclusive, poderá acarretar na ressurreição do antigo PRX, que privilegiava a distribuição dos lucros entre o alto escalão do banco. Os empregados lembram que o assunto também esteve na pauta da mesa de negociações permanentes, realizada em 28 de maio.


Os empregados denunciam ainda que a implementação do Programa de Gestão de Desempenho de Pessoas, já em vigor em muitas agências de São Paulo, agravará ainda mais a situação de cobrança que gera adoecimento e assédio moral.


Além da pressão descabida, há a exposição dos empregados, uma prática proibida pela cláusula 36ª do acordo coletivo da categoria bancária referente ao monitoramento de resultados. Ali, por exemplo, é dito que “os bancos estão proibidos de expor, publicamente, o ranking individual de seus empregados, assim como a cobrança de resultados por torpedos (SMS), pelo gestor, no telefone particular do empregado”.


Desde que o programa passou a ser implantado pela Caixa, o volume de denúncias de empregados de várias unidades, que sofrem com pressão e assédio para cumprimento de metas, tem aumentado a cada dia. O maior prejuízo com essa situação é relativo às condições de trabalho dos empregados, já precárias. A luta, portanto, é para que a medida seja revogada urgentemente.


“As entidades representativas são totalmente contrárias ao estabelecimento de metas individuais, que leva à prática de assédio moral e incentiva a competição predatória de colegas de uma mesma unidade”
Áureo Júnior, presidente da Apcef/CE