CAIXA E BANCO DO BRASIL CORTAM 21,2 MIL EMPREGADOS EM DOIS ANOS

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Os bancos públicos diminuíram a folha de pagamento em 21,2 mil empregados nos últimos dois anos. O corte faz parte da proposta do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em reduzir custos e tornar a estrutura mais parecida com a dos bancos privados.


Após operar com mais de 114 mil empregados no início da década, o BB, que já foi símbolo de emprego estável, começou a agir para reduzir o quadro de funcionários. Ações como o incentivo à aposentadoria e mudança na estrutura de atendimento resultaram na saída de mais de 16 mil pessoas, sendo quase 12 mil apenas nos últimos dois anos, quando o quadro diminuiu em 10,9%. Na Caixa, um plano de demissão voluntária resultou na saída de 9.200 pessoas, queda de 9,7%.


Nesses dois anos, os concorrentes privados foram em sentido contrário. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander aumentaram a folha de pagamento em 11,3 mil empregados no mesmo período. Boa parte desse aumento se deve a aquisições, como a compra do HSBC pelo Bradesco.


A busca pela eficiência significa, na prática, aumentar o lucro. O BB estima que só o plano de aposentadoria incentivada, que teve adesão de 9.400 funcionários gerou redução de custos em cerca de R$ 2,3 bilhões por ano. Na Caixa, onde 9.200 deixaram o banco, só a saída de 1.300 pessoas em 2018 gerará economia anual de R$ 248,5 milhões.


CLIENTE INSATISFEITO – Reflexo disso é o ranking do Banco Central de reclamações, e, por esse critério, Caixa e BB pioraram. Em junho de 2016, a Caixa era o 3º grande banco com mais reclamações e o BB ocupava a 6ª posição. Desde então, a Caixa chegou a liderar o ranking em alguns períodos e atualmente é o 2º pior avaliado. Já o BB passou de 6º a 3º mais reclamado. A insatisfação fica ainda clara com o detalhamento das reclamações. Das 11,6 mil queixas do segundo trimestre contra a Caixa, mais de mil tratavam de “insatisfação com o atendimento prestado por agências”.


No caso do BB, das 8.700 reclamações no BC, 919 citavam o mesmo problema. Nos concorrentes privados, outros temas são os mais reclamados, como irregularidade em operações e oferta ou prestação de informação inadequada.