Caixa intransigente na primeira negociação específica da Campanha 2012

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O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, saiu frustrado na sexta-feira, dia 10/8, da primeira rodada de negociação específica da Campanha 2012 com a Caixa Econômica Federal, em Brasília. O banco assumiu posição de intransigência e rejeitou a maioria das reivindicações dos empregados, como isonomia de direitos entre novos e antigos, pagamento do ticket alimentação aos aposentados, fim do voto minerva na Funcef e definição de critérios para descomissionamento.

Funcef – O Comando cobrou solução para o contencioso jurídico, problema que vem se agravando a cada dia, por conta do elevado número de ações judiciais contra a Fundação, mas que na verdade são de responsabilidade da patrocinadora, porque foram originados pela política de recursos humanos da Caixa, como a cobrança do Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA).


Os representantes dos trabalhadores sugeriram a criação de uma comissão paritária para debater soluções para o contencioso jurídico, proposta que não foi aceita pela empresa. A Caixa também rejeitou a reivindicação para acabar com o voto minerva, que confere à patrocinadora o poder de decidir sobre um assunto em caso de empate na votação entre os integrantes do colegiado. Segundo os representantes da empresa, o voto minerva está previsto em lei e no estatuto da Funcef. No quesito Funcef, a Caixa concordou apenas com a manutenção da campanha permanente de filiação, que vem sendo realizada conjuntamente com a Fundação e entidades sindicais e associativas.

Isonomia – Os representantes dos empregados cobraram equiparação de direitos de todos empregados em relação à licença-prêmio e ao Adicional por Tempo de Serviço (ATS). A empresa não aceitou a proposta.

Empregados no Conselho de Administração – O Comando Nacional cobrou mudança no estatuto da Caixa, que prevê que somente os gestores podem ser candidatos a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da empresa. Segundo os trabalhadores, esse critério é restritivo, excluindo quase 90% dos empregados do processo eleitoral. Os negociadores da empresa alegaram que essa alteração não foi aprovada pelo Conselho de Administração e que irá levar a reivindicação dos trabalhadores para a direção da Caixa.

Carreira PSI – Os trabalhadores cobraram ajustes no formato do Processo Seletivo Interno. Eles reconhecem a importância desse instrumento para o encarreiramento, mas reivindicam transparência nos critérios e universalização das participações.

Descomissionamento – A Caixa não deixa claro para os trabalhadores quais os critérios utilizados para descomissionar e essa medida vem sendo feita de forma unilateral, deixando a cargo do gestor a retirada de função.

Carreira de Tecnologia – O Comando Nacional cobrou atenção especial para a área de tecnologia, com a criação de cargos e funções específicas de TI com remuneração compatível com o mercado e outros órgãos públicos, implantação da proposta de carreira de TI que mantenha a possibilidade de 6 horas nas funções técnica e técnico-gerencial e migração para as novas funções sem PSI. A empresa informou que está desenvolvendo uma proposta de reestruturação da carreira, mas não estabeleceu um prazo para conclusão desse trabalho.

Mais contratações – A Caixa reassumiu o compromisso, firmado no acordo coletivo de 2011, de aumentar seu quadro de pessoal para 92 mil empregados até 31 de dezembro deste ano. Para o Comando Nacional, o nível de contratações não tem acompanhado o ritmo de abertura de novas agências em todo o país, gerando sobrecarga de trabalho.

Mobilização – Diante da intransigência da Caixa a melhor resposta dos trabalhadores é a mobilização. Os avanços na negociação só virão com a participação dos empregados nas reuniões e o envolvimento com a Campanha Nacional. A próxima negociação específica com a Caixa será dia 17/8, sobre Saúde Caixa e saúde do trabalhador.