Caixa mantém postura de desrespeito aos empregados

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Decepção. Foi com esse sentimento que a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que assessora o Comando Nacional dos Bancários, saiu da segunda rodada de negociação específica da Campanha Nacional Unificada 2016 com o banco, realizada dia 24/8, em São Paulo.


O primeiro ponto em debate foi saúde do trabalhador e condições de trabalho. Os bancários reivindicam o custeio integral pela Caixa do tratamento das doenças do trabalho, inclusive para os empregados aposentados por invalidez por acidente de trabalho, incluindo terapias alternativas, medicamentos, tratamentos psicológicos e psiquiátricos em situação de assédio moral e outros tipos de violência organizacional, e traumas pós-assalto/sequestro, extensivo aos dependentes, incluindo deslocamento. Além da realização de pesquisa e mapeamento do perfil do bancário da Caixa, criação de uma política de saúde mental e abertura obrigatória de CAT em caso de assalto e combate ao assédio moral e todas as formas de violência organizacional.


A Caixa disse que já custeia o tratamento, admitiu que desrespeita a norma das CAT, por não abrí-la no período de 24h e sim só depois de avaliado por médico ou psicólogo e negou a criação de política de saúde mental com participação dos trabalhadores. O banco ainda afirmou que faz o combate ao assédio moral.


GDP – A categoria pede o fim da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) com revogação de todos os efeitos das ondas anteriores e fim da imposição das metas, com adoção dos parâmetros definidos. A Caixa afirmou que o programa é voltado apenas a cargos de gerência, com o objetivo de desenvolvimento e planejamento de carreiras. Afirmou ainda que o programa vai continuar apenas com o público atual no próximo ciclo (6 meses).


Saúde Caixa – Pelo segundo ano consecutivo, a Caixa descumpre a utilização do superávit anual para melhorias no plano, que está previsto em ACT e o banco afirmou que a medida ainda não foi aprovada pelo Conselho Diretor, o que os representantes dos trabalhadores consideram uma provocação ao movimento sindical, que discute o tema há anos no GT de Saúde.


Funcef – A categoria reivindica a quitação do contencioso da Caixa com a Funcef, relacionadas às ações que tenham origem em descumprimento de direitos trabalhistas, bem como ao aporte de recursos referentes ao serviço passado em condenações e a manutenção do Fundo para Revisão de Benefícios, artigo 115 do regulamento do REG/ Replan saldado, e artigo 91 do novo Plano, como instrumento permanente da política de aumentos reais para os benefícios.


Aposentados – Para os aposentados, a categoria pede a criação de programa de renegociação de dívidas pela Caixa que permita a junção de valores devidos à Caixa e à Funcef, em até 120 meses com a menor taxa de juros praticadas pela Caixa. Além da criação de GT para análise de processos judiciais propostos por empregados, aposentados e pensionistas, com objetos idênticos e reiteradas decisões jurídicas favoráveis aos autores, de modo a encerrar. O banco informou apenas que oferece programação de educação financeira e condições especiais para linha de crédito com as menores taxas.


Infraestrutura – Outra reivindicação é a alteração do RH184, com a extinção do caixa minuto, avaliador minuto e tesoureiro minuto. O banco confirma a extinção da função de caixa, retirado do Plano de Funções Gratificadas.


Caixa 100% pública – Quanto ao não fatiamento da Caixa e a manutenção de todas as participações acionárias que a empresa detém atualmente, a bancada patronal se mostrou favorável a essa reivindicação. Porém, os movimentos que o movimento que se vê na Caixa não vão nesse sentido, como a possibilidade de venda da loteria, cartões e da seguradora. Além do risco que representa a saída do Fundo de Garantia da sua gestão, que pleiteiam os bancos privados.


A Caixa não apresentou nada em relação ao fim das horas extras negativas. Sobre a realização da Universidade Caixa, a orientação da bancada patronal é de que a negociação seja feita com cada gestor. Outra novidade na negociação do dia 24 é a de que está garantida a função do supervisor de retaguarda na Girets e centralizadoras e a possibilidade de incorporação da função.