A Contraf-CUT e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) se reuniram na quinta feira, dia 15/4, em Brasília, com representantes da direção da Caixa Econômica Federal, como parte da mesa permanente de negociação.
Na avaliação de Marcos Saraiva, representante da FETEC/NE na CEE/Caixa, a postura da Caixa foi desrespeitosa. “A Caixa não apresentou proposta para nenhum quesito abordado pela Comissão de Empresa e botou em dúvida até o pagamento de direitos dos empregados, como a promoção por merecimento. Diante desta forma truculenta e intransigente de tratar a representação dos empregados, estamos propondo assembleias no País inteiro para discutir os rumos da mesa de negociação com a Caixa, realizando ações jurídicas e políticas e fortalecendo a campanha Fora Maria Fernanda. Só com intensa mobilização é que os empregados podem ter o retorno do respeito da direção da empresa”, convoca Saraiva.
Ele completa que, diante do absurdo silêncio do banco, o Sindicato dos Bancários do Ceará convoca todos os empregados da Caixa Econômica a participarem da assembleia que se realiza dia 27/4, às 19h, na sede da entidade, para tratar das questões que hoje envolvem as negociações permanentes e para que os empregados possam se manifestar fazendo uma grande mobilização para que a Caixa possa, realmente, atender aos pontos que estão em mesa permanente.
REESTRUTURAÇÃO – A informação mais relevante apresentada pelos dirigentes da empresa diz respeito aos prazos de implementação da reestruturação. Perguntada pela CEE/Caixa sobre a quantidade de cargos que seriam criados ou extintos com a mudança, a Caixa informou apenas que o cálculo está sendo conduzido pela vice-presidência de Pessoas (Vipes), e será concluído até o dia 1º/6. Somente a partir daí seria possível dar a informação. José Durval dos Reis, representantes da Caixa, informou também que o início efetivo do processo de reestruturação está marcado para o dia 1º/7.
De acordo com Saraiva, o que foi apresentado pela representação do banco sobre reestruturação foi o mesmo que foi dito, na semana passada, ao Conselho Deliberativo Nacional da Fenae (CDN), quando a Caixa não respondeu a nenhum dos questionamentos que têm deixado aflitos os empregados: fusão; com as extinções dentro do processo de reestruturação, onde ficarão lotados os empregados dos setores extintos?; os empregados manterão seus cargos comissionados ou não?; perguntas essas que não tem resposta pela empresa, que joga todas as questões para o final do 1º semestre, quando, coincidentemente, o processo estará se iniciando.
PFG E JORNADA – Também não houve avanços nas negociações sobre o Plano de Funções Gratificadas (PFG). Segundo os representantes da Caixa, o plano voltou a ser avaliado pelo Ministério da Fazenda (MF) e pelo Ministério do Planejamento, a fim de adequar as exigências dos funcionários ao orçamento da União. A Caixa disse que só volta a negociar o PFG em maio e que não há mais a possibilidade de incluir no plano a chamada progressão horizontal.
Quanto à redução de jornada de oito para seis horas, a Caixa não retrocedeu. Uma das condições impostas pela empresa para implantação do novo PFG é justamente a redução de jornada com redução proporcional de salários para cargos técnicos e de assessoramento.
NORMATIVOS DOS PLANOS DE SAÚDE – O marco regulatório dos planos de saúde dos funcionários da Caixa data de 2004, quando foi discutido pelos representantes da empresa e do movimento sindical. Entretanto, em 2007, a Caixa efetuou uma mudança unilateral em dois dos normativos, sobre a licença saúde e sobre os acidentes de trabalho. Como tais alterações não foram discutidas e sequer comunicadas, a CEE/Caixa não as reconhece. A Caixa, por sua vez, não acenou com a possibilidade de mudanças.
PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS – Quando questionada pela CEE/Caixa sobre a promoção por merecimento dos empregados do ano 2009, que seria pago no 1º semestre de 2010, a representante do banco afirmou que o pagamento da promoção iria depender de como fossem feitas as negociações do PFG e da jornada e como isso deixaria o caixa da empresa para, somente depois, se posicionar sobre o pagamento das promoções. “Isto é um verdadeiro absurdo. O ano de 2009 foi um ano em que os empregados da Caixa se dedicaram de forma intensa. Prova disso é o valor apresentado pelo lucro referente ao ano passado de R$ 3 bilhões, tirados do suor, do esforço e da dedicação de todos os trabalhadores da empresa. Agora, a direção vem com essa posição inaceitável, o que nos fortalece para protestarmos e nos mobilizarmos mais ainda”, disse Saraiva.