Câmara ultraconservadora aprova Impeachment

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O dia 17 de abril de 2016 foi um dia histórico de mobilizações pelo Brasil em defesa da democracia. Mesmo com a admissão do pedido de abertura de impeachment da presidenta Dilma na Câmara dos Deputados, para a classe trabalhadora, a luta continua.


Uma das Câmaras Federais mais conservadoras já vistas aprovou o pedido de impeachment por 367 votos a favor e 137 contra. A ação agora segue para o Senado, que vai decidir se o processo deve ou não ser instaurado. Antes disso, é montada uma comissão com 42 senadores, sendo 21 titulares e 21 suplentes, que terá dez dias para elaborar um parecer. A presidenta só será intimada e afastada caso o Plenário decida que o processo deve ser instaurado.


Coincidentemente, o dia 17 de abril de 1996 havia entrado para a história como a data em que aconteceu o massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 sem-terras foram mortos pela ação violenta da polícia paraense. No último domingo, a data foi novamente marcada pela vergonha, quando uma maioria de parlamentares manchada pela corrupção autorizou um processo de impeachment de uma presidente da República legitimamente eleita com mais de 54 milhões de voto, sem que pese contra ela nenhum crime de responsabilidade, como cobra a Constituição.


É preciso que se entenda que, com o avanço desse processo, quem perde mais não é o governo em si, mas a classe trabalhadora. Ficou claro pelos discursos e pela própria votação daqueles a favor do afastamento da presidente que o que está em jogo no País atualmente é uma verdadeira luta de classes. De um lado, os grandes empresários, os ruralistas e as forças políticas conservadoras e reacionárias. Do outro, os trabalhadores, lutando por manter direitos historicamente conquistados.


É importante que se diga que hoje tramitam no Congresso diversos processos que depõem contra os direitos dos trabalhadores e todos esperam apenas uma oportunidade para serem aprovados, rasgando a CLT e pondo por terra tudo que foi construído em favor da classe operária (veja listagem do Diap: www.diap.org.br).

Por isso, em defesa dos nossos direitos e em respeito a todos aqueles que lutaram para que estes fossem conquistados, não podemos retroceder na luta. Essa é a hora de reunirmos toda a classe trabalhadora, as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, mídia alternativa, religiosos, para saírem às ruas e continuarmos no combate contra o golpe através de todas as formas de mobilização. Na história na República, em vários confrontos as forças do povo e da democracia sofreram revezes, mas logo em seguida, alcançaram a vitória. O mesmo se dará agora: venceremos o golpismo nas ruas!


Não aceitamos o golpe contra a democracia e contra nossos direitos!

Vamos derrotar o golpe nas ruas!


 


Bancários Contra o Golpe!


O Sindicato dos Bancários do Ceará fará um Ciclo de Debates para avaliar o impacto dos ataques aos trabalhadores caso as forças conservadoras tomem o poder! Serão abordados os 55 projetos que tramitam no Congresso que ameaçam a classe trabalhadora e suas conquistas! Aguardem calendário!