Cassi tenta intimidar entidades contrárias à proposta do BB

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Entidades representativas dos bancários do Banco do Brasil contrárias à proposta do BB para a Cassi estão sofrendo uma série de tentativas de intimidação, através de notificações extrajudiciais, por parte da diretoria da caixa de assistência. Entidades como a ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil), recentemente notificada, outras entidades também receberam notificação extrajudicial que solicita que abstenham-se de publicar informações sobre a proposta do banco, que avaliam ser prejudicial aos associados, da ativa e aposentados.


Chama a atenção o fato de que as notificações são feitas pela própria Cassi e não pelo autor da proposta em questão, o BB. Essa iniciativa da presidência da Cassi é uma forma de intimidar as entidades que estão ao lado dos associados e orientam pela rejeição da proposta, que atende apenas os interesses do banco, prejudicando os associados e a própria Cassi.


PROPOSTA DO BB PARA CASSI, SINDICATO ORIENTA VOTO NÃO – As entidades não aceitam qualquer tipo de intimidação que tenha como objetivo cercear seu legítimo direito de orientar e informar os bancários do Banco do Brasil, da ativa e aposentados. Reafirmam todas as interpretações sobre os pontos da proposta que consideradas prejudiciais ao corpo social da caixa de assistência e reforça a orientação para que o corpo social rejeite a mesma, votando NÃO. Se a diretoria da Cassi é favorável à proposta do BB, deveria defendê-la, esclarecer pontos obscuros, apresentar dados concretos e não intimidar quem se declara contrário e tem sólida credibilidade na categoria para orientar o voto NÃO.


As entidades representativas dos trabalhadores também apresentaram proposta para a sustentabilidade da Cassi que busca garantir a manutenção de direitos e a cobertura para funcionários da ativa, aposentados e dependentes. A proposta preserva o princípio da solidariedade, segundo o qual os associados contribuem de forma proporcional ao salário, independentemente da idade ou condição de saúde; defende a manutenção da Cassi sob o comando dos representantes dos associados, sendo gerida de forma paritária; dentre outros pontos.


Quanto à questão financeira, o documento propõe uma receita operacional nova de R$ 862,5 milhões/ano – o que representa R$ 4,3 bilhões entre 2019-23 – para reequilibrar liquidez e margem de solvência, fazer os investimentos necessários e ampliar o modelo assistencial. Essa verba viria de um aditivo ao Memorando de Entendimentos, definindo 1,5% para o corpo social, que corresponderia R$ 345 milhões para os associados ao ano, ou seja, R$ 1,725 bilhão de 2019 a 2023; e 1,5 vezes esse valor a ser pago pelo banco, representando R$ 517 milhões ao ano, o que dá R$ 2,587 bilhões no mesmo período.


“As entidades que estão ao lado dos associados orientam pela rejeição da proposta, que atende apenas os interesses do BB, prejudicando os associados e a própria Cassi”
José Eduardo Marinho, presidente em exercício do SEEB/CE