O encontro fora solicitado há bastante tempo. A CUT defende que o anúncio de férias coletivas e a suspensão dos investimentos programados em setores importantes da economia nacional são as maiores provas que os efeitos da crise não se limitam somente ao sistema financeiro.
“É fundamental uma intervenção rápida, correta e decisiva do Estado brasileiro para impedir que estes efeitos se espalhem sobre os vários setores, porque os trabalhadores serão certamente as maiores vítimas, por meio da perda do emprego e da rápida queda do nível de renda”, avalia o presidente da CUT, Artur Henrique.
De acordo com a CUT, as ações do governo não podem ser de “socialização das perdas” do setor financeiro. Os sindicalistas apóiam-se em levantamento do Bank for International Settlements (BIS), mostrando que a riqueza em papéis denominados de “derivativos e outras inovações financeiras” é de cerca de US$ 600 trilhões, comparado a um valor de produção efetiva de riquezas, medida pelo PIB mundial, de US$ 65 trilhões.
Dentre as propostas levantadas pela Central, estão: a garantia de que não haverá demissões por conta da crise; a ratificação da Convenção 158 da OIT; a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução salarial; o fim do superávit primário e a estatização das instituições financeiras com risco de solvência, dentre outros.