Centrais Sindicais promovem Dia Nacional de Luta contra as demissões

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Em pauta unificada com trabalhadores de todos os setores, estudantes, camponeses e mulheres, a CUT e demais Centrais Sindicais promoveram um Dia Nacional de Luta, na última segunda-feira, dia 30/3, em diversas cidades do País. Em Fortaleza, a concentração aconteceu na Praça da Bandeira, saindo em passeata até a Praça do Ferreira, onde houve um ato reunindo centenas de manifestantes, com apoio de representantes dos partidos políticos de esquerda. Durante o ato unificado, os trabalhadores deixaram claro que o povo não é o culpado pela crise e não pode pagar o preço por ela.


“Essa crise não é nossa”, disse o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT/CE), Will Perreira. Mobilizando militantes durante a manifestação contra a crise e as demissões, o diretor disse que esse colapso é desculpa dos patrões para justificar a demissão de trabalhadores dos setores mais fragilizados. “O Ceará não está sofrendo ainda os efeitos da crise, por isso não há motivos para pânico. O índice de demissão em 6% continua igual ao mesmo período do ano passado”, argumentou Will Perreira.


Durante o ato unificado, os trabalhadores deixaram claro que o povo não é o culpado pela crise e não pode pagar o preço por ela. A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o País vulnerável e a mercê da crise, prejudicando principalmente os mais pobres.


Na Praça do Ferreira, os manifestantes enfatizaram que é preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária, mais investimentos em educação, saúde, além de medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir os empregos e a renda dos trabalhadores.

Propostas da CUT para superação da crise

  • Redução drástica da taxa básica de juros: com a taxa alta como está, os mesmos especuladores de sempre ganham e ainda derrubam o consumo;
  • Mais investimentos públicos: que o Governo Federal, através do BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e do PAC, mantenha e até amplie os investimentos em obras que gerem emprego e renda;
  • Contrapartidas sociais: o Governo precisa exigir que todas as empresas que receberem isenção de impostos ou empréstimo com dinheiro público se comprometam a não demitir, sob pena de punição;
  • Redução de impostos: a CUT propõe a redução da carga tributária durante os meses em que a produção estiver em baixa;
  • Usar o superávit primário para garantir programas sociais e investimentos em obras que gerem empregos;
  • Redução da jornada sem redução de salários: se a jornada de trabalho semanal cair das atuais 44 horas para 40 horas, vai haver mais espaço para manter ou até gerar novos empregos;
  • Combate às terceirizações: os patrões abusam das terceirizações, para pagar salários mais baixos e não honrar com os direitos trabalhistas. Isso precisa mudar;
  • Fim da rotatividade: os empresários brasileiros têm por hábito demitir trabalhadores para contratar outros que vão ganhar menos. É uma forma de aumentar os lucros.