As cláusulas econômicas da Fenaban começam a ser debatidas na quarta-feira, 17/9, um dia após o fim da discussão das cláusulas não econômicas. Na rodada de negociações realizada nos dias 8 e 9/9, foram discutidos a implementação de uma política permanente de combate ao assédio moral e à violência organizacional dentro dos bancos, a melhoria da segurança nas agências e a adoção de uma política de reabilitação dos bancários afastados por doenças de origem ocupacional.
Para o presidente interino do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo, “houve um avanço importante referente ao debate sobre assédio moral e segurança”. Segundo ele, “esse progresso é resultado de um longo debate que vem sendo aprofundado há muito tempo pelo movimento sindical”. Carlos Eduardo ressalta, no entanto, que apesar dos avanços, os trabalhadores têm que estar preparados para o enfrentamento. “Estamos aqui para conquistar efetivamente as nossas reivindicações e estamos preparados para o embate”.
O calendário de mobilização prevê a realização de uma plenária nacional da categoria, no dia 25/9, em São Paulo, para avaliar o andamento da campanha e decretar a greve caso até lá os banqueiros se recusem a atender as reivindicações.
ASSÉDIO MORAL – Os representantes dos bancários e da Fenaban chegaram a um entendimento quanto à necessidade de se combater as práticas de assédio moral nos locais de trabalho. Mas há ainda divergências em relação à questão do sigilo, que impedem a redação de um texto final sobre o acordo. Os bancos querem manter em sigilo os nomes de quem pratica assédio moral e os bancários não concordam com isso.
SEGURANÇA BANCÁRIA – Revendo sua posição anterior de recusa à discussão do tema, os bancos aceitaram incluir a discussão sobre segurança bancária na Campanha Salarial deste ano, inclusive com a instalação e o funcionamento de mesa temática para aprofundar essa discussão. A comissão está prevista na Convenção Coletiva dos Bancários desde 1991, mas nunca foi instalada. E no ano passado os bancos queriam retirar o assunto da Convenção.
Os bancários apresentaram, também, a proposta de emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para os trabalhadores que presenciaram assalto e que, nesses casos, o banco disponibilize um representante para acompanhar os trâmites legais, inclusive na elaboração de BO na delegacia. Os representantes dos bancos darão retorno na próxima rodada de negociação. O Comando quer incluir, ainda, na Convenção cláusula proibindo o transporte de numerário por bancários. Os bancos aceitaram discutir o assunto na comissão temática.
POLÍTICA DE REABILITAÇÃO DOS AFASTADOS – O objetivo da proposta de reabilitação é assegurar condições de reinserção do bancário ao local de trabalho, após afastamento por motivo de doença, de origem ocupacional ou não, que tenha gerado redução de capacidade laborativa, e outras situações similares.
AS PROPOSTAS ENTREGUES PELOS BANCÁRIOS À FENABAN SÃO:
* Implementação de uma política de reabilitação que preveja reorganização do local de trabalho e realocação do bancário e eventualmente mudança de função, se for necessário.
* Contratação pelo banco de equipe de saúde multidisciplinar, podendo ser o próprio Sesmt, para acompanhamento do processo de reabilitação.
* Acesso do sindicato aos dados estatísticos do programa.