CNFBNB e Contraf/CUT retomam mesa de negociação com BNB

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Na última semana, a CNFBNB e a Contraf/CUT, juntamente com o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) e outros sindicatos (PI, BA/SE, Campina Grande, PB, PE e AL), se reuniram, em Fortaleza, com representantes do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para tratar de questões relativas ao funcionalismo. Entre os itens da negociação, que aconteceu nos dias 3 e 4/4: revisão do PCR, reestruturação, Programa de Incentivo à Aposentadoria (PIA), atendimento nas agências, convocação de concursados, ponto eletrônico e desconto da PLR 2012 referente ao empréstimo para suprir a PLR de 2011.


Sobre reestruturação, o Banco afirmou que nas próximas duas semanas será apreciado pela diretoria o primeiro modelo e que não há comandos para prejudicar funcionários, destacando que o Dest autorizou a contratação de até 7.150 empregados – atendendo à reivindicação dos trabalhadores de aumentar a dotação das agências. A implantação desse modelo de reestruturação, entretanto, ainda será discutida. Os sindicalistas cobraram que, antes do processo, o Banco apresente as premissas e os impactos para os trabalhadores.


Em relação ao PIA, o Banco ressaltou que, apesar de já existir estudos, é um assunto que depende da garantia de recursos externos e que existe um empenho da atual diretoria para resolver a questão. Os trabalhadores entendem que o Banco possui condições para sensibilizar o Governo no tocante à captação de recursos. “O movimento sindical teme que, se o PIA não acontecer no mesmo momento da reestruturação, os impactos sejam prejudiciais para o funcionalismo”, afirma Carlos Souza, vice-presidente da Contraf/CUT.


CAPEF – Os sindicalistas reiteraram uma antiga reivindicação sobre gestão partilhada na CAPEF: indicação de um diretor eleito pelos trabalhadores. “Se o Banco atendesse essa reivindicação, estaria dando um sinal objetivo de que está querendo discutir o problema central da previdência”, afirmou Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato e coordenador da CNFBNB.


PLR 2012 – Sobre o desconto na PLR 2012, referente ao empréstimo oferecido aos bancários em 2011, os trabalhadores solicitaram os cálculos dos descontos e o relatório de quem precisou de empréstimo para repactuar a dívida e não conseguiu em função da margem consignada. O Banco informou que os juros foram reduzidos para quem solicitou o CDC e que, para quem solicitou, os cálculos foram apresentados. A partir do dia 10/4, todos os cálculos serão viabilizados via mensagem do Banco e enviados à CNFBNB.


Revisão PCR – O Banco informou que não há aprovação da diretoria sobre o assunto, que deve ser revisitado em reunião na próxima semana para, em seguida, ser encaminhado para os órgãos competentes. De acordo com o Banco, seria preciso no mínimo seis meses para concluir todos os trâmites (análise interna da diretoria – Conselho de Administração – Dest).


Ponto eletrônico – Foram apresentadas denúncias sobre diversos problemas de implantação. Representantes de todos os sindicatos presentes – PI, BA/SE, Campina Grande, PB, PE e AL – relataram problemas semelhantes. Os trabalhadores continuam extrapolando a jornada mesmo após baterem o ponto e há relatos de trabalhos até aos sábados.


“O que constatamos é que o Banco tem crescido, mas o número de funcionários não está acompanhando esse crescimento, por conta disso, vários problemas acontecem, pois há lotação nas agências e uma grande demanda de serviços a ser executada por um número insuficiente de funcionários. O ponto gerou grandes expectativas de combater a extrapolação de jornada, mas vem decepcionando”, afirma Tomaz de Aquino.


Carlos Souza enfatizou que essa prática configura gestão temerária por conta do BNB, o que pode gerar um passivo trabalhista sem precedentes. Ele também cobrou a convocação de mais concursados para sanar os problemas de atendimento nas agências.


“Queremos o ponto eletrônico como positivo e que ele funcione realmente como deve, por isso exigimos que seja coibida qualquer tipo de gestão temerária. Exigimos ainda que o ponto tenha algum tipo de trava, a exemplo do BB e da CEF, para coibir extrapolação de jornada sem o devido registro de horas extras”, afirma.


De acordo com o BNB, a instituição estuda um novo modelo de atendimento para tentar sanar os problemas de lotação e carência de caixas. Carlos Souza reafirma, porém, a necessidade de aumentar o número de funcionários nas agências para melhorar o atendimento, independente do uso da internet ou de qualquer outro modelo de atendimento a ser implantado. “A tecnologia não supre a insuficiência dos funcionários para atendimento”, enfatiza.


Quanto ao ponto eletrônico, o Banco afirma que a orientação é contrária a qualquer tipo de extrapolação. A recomendação é que o funcionário bata o ponto no momento exato em que sair do trabalho e se há hora extra, paga-se a hora extra, mas que o atual momento é de readequação.


A orientação do movimento sindical é para que as entidades representativas cataloguem denúncias de burla do ponto eletrônico e orientem os bancários contra possíveis pressões.  Outra reunião de negociação deve acontecer até a primeira semana de maio, quando os problemas de saúde entrarão em pauta. Os sindicalistas deixaram claro para os representantes do Banco que, nas próximas reuniões, esperam respostas mais objetivas às reivindicações do funcionalismo.