COM UNIDADE, BANCÁRIOS GARANTEM DIREITOS POR DOIS ANOS

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Mesmo em uma conjuntura extremamente desfavorável para os trabalhadores, com a vigência da nefasta reforma trabalhista, a categoria bancária foi exemplo de luta no ano de 2018. Na Campanha Nacional Unificada, os bancários arrancaram do setor financeiro um aumento real acima da média dos conquistados por outras categorias no mesmo período, a manutenção de todos os direitos previstos em sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e ainda avançaram em algumas conquistas.


Foram diversas rodadas de negociação, algumas delas se estenderam até a madrugada, nas quais o sindicato patronal, a Fenaban (federação dos bancos), chegou a propor retirada de direitos fundamentais, como a PLR integral para bancárias em licença-maternidade ou para trabalhadores afastados por doença. Durante o processo de negociação, o setor mais lucrativo do país apresentou também propostas insuficientes de reajuste salarial: a primeira cobria apenas a inflação do período.


Mas o Comando Nacional dos Bancários, contando com a mobilização dos trabalhadores em todo o país, conseguiu reverter os retrocessos propostos pelos bancos, arrancar valorização nos salários e demais verbas e, num momento de incertezas políticas e econômicas, garantir um acordo com validade até 31 de agosto de 2020. Além disso, ficou garantida a proibição da divulgação de ranking individual, a gratificação de função, o salário do substituto e os adicionais de insalubridade e periculosidade. As negociações específicas do Banco do Brasil, BNB e Caixa também foram pelo mesmo caminho e os trabalhadores dos bancos públicos também garantiram seus respectivos acordos, com direitos específicos, por dois anos.


Um levantamento feito pelo Dieese, que levou em consideração 4.659 acordos fechados entre janeiro e julho, mostrou que 78% deles tiveram aumento real, e a média foi de 0,97%. Enquanto que o reajuste conquistado pelos bancários, de 5%, representou um aumento real de 1,31%.


Com isso, a categoria bancária se mostra como exemplo que fortalece toda a classe trabalhadora. Conseguimos manter nossa mesa única de negociação, que reúne bancos privados e públicos, e conseguimos manter uma CCT válida em todo o território nacional, para todos os bancários (inclusive os considerados hipersuficientes), com diversas cláusulas fundamentais, algumas delas com direitos que vão além dos estabelecidos pela lei. Isso mostra a nossa força e a importância da nossa mobilização e unidade, que continuarão sendo imprescindíveis para a manutenção de nossas conquistas! Essa luta é nossa. Seguiremos juntos!


Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará