Congresso dos funcionários destaca unidade e mobilização para avançar nas conquistas

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Reunidos em Teresina (PI), nos dias 24 e 25/5, 105 delegados deliberaram sobre as principais reivindicações dos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para a campanha salarial 2013 durante o XIX Congresso Nacional dos Funcionários do BNB.


Entre as principais deliberações, os delegados aprovaram a elaboração de um calendário de mobilizações, com a realização de dias nacionais de luta pelo menos uma vez por mês, para cobrar do Banco a solução para os principais problemas enfrentados pelo funcionalismo, tais como: revisão do PCR, isonomia, assédio moral, situação da Capef e Camed, entre outras questões. “O objetivo é pressionar a direção do Banco para atender reivindicações que estão na mesa permanente de negociação há muito tempo e que o BNB promete, mas não resolve”, reclama Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), que assessora a Contraf-CUT nas negociações permanentes.


Os delegados aprovaram ainda a manutenção do BNB na mesa única de negociação e do modelo de luta pela valorização do piso com aumento real de salários, a luta pela eleição de diretores executivos na Camed e na Capef, a cobrança pela realização com mais frequência de cursos presenciais para aperfeiçoamento profissional, fim da co-participação dos funcionários na Camed, com o BNB assumindo este ônus, combate à terceirização seguida pela convocação de novos concursados, além da cobrança para a realização da eleição de um Conselheiro Administrativo Representante dos Funcionários.


Tomaz sugeriu ainda que seja realizado um seminário de avaliação dos 25 anos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que deve ser debatido no âmbito da Comissão Nacional e se realizar ainda este ano.


Fortalecimento do BNB como banco público – Durante o primeiro dia de congresso, 24/5, os delegados participaram do painel BNB: Desafios e Perspectivas de um Banco Público, onde se debateu a importância do BNB para o desenvolvimento do Nordeste.


Segundo o vice-presidente da Contraf-CUT, Carlos Sousa, com o advento do projeto neoliberal, os bancos públicos, incluindo o BNB, sofreram um agressivo ataque de destruição, com sucateamento dos bancos e redução drástica da categoria. “Quem ficou enfrentou perseguição, retirada de direito e congelamento de salários, entre outras mazelas. O objetivo era minar os bancos públicos para facilitar os processos de privatização e vários companheiros chegaram a cometer suicídio por não suportarem as demissões e o processo de terror”, comentou. “O BNB terminou a década de 90 com pouco mais de três mil funcionários, com rumores de ser vendido e sem a mínima perspectiva. Por fim, minaram a Caixa de Previdência, que hoje prejudica seriamente os funcionários da ativa que atualmente não têm como se aposentar, pois teriam seu salário reduzido em até 60%. Isso é desumano”, completa.


Carlos Sousa criticou ainda o processo de reestruturação recentemente implantado pela direção do Banco, de forma unilateral. “Os trabalhadores não têm culpa se o banco quer agora mudar uma estrutura voltada para o clientelismo, fato que ele mesmo criou. Se quer mudar, ótimo, mas não com o chicote nas costas dos trabalhadores”. E convocou os funcionários do BNB à luta: “não adianta ficar sentado esperando os sindicatos agirem por todos. É necessário que os próprios funcionários se unam e mostrem sua força de mobilização à direção do Banco”, concluiu.


Ainda durante o primeiro dia, os delegados se dividiram em grupos que debateram os temas Remuneração e Emprego, Saúde e Previdência, Banco Público e o Sistema Financeiro Nacional e Organização e Mobilização do Movimento.


As principais discussões foram levadas à plenária final realizada no dia 25/5 e as deliberações comporão a pauta específica dos funcionários do BNB para a campanha 2013.


Recomendações – Como recomendações do Congresso, os delegados aprovaram também a luta pelo afastamento dos quatro diretores da gestão Roberto Smith, alvos de denúncias de práticas de irregularidades; a reivindicação por avaliação diferenciada do BNB pelo Sistema Financeiro Nacional, em decorrência também de sua atuação diferenciada; além de aprovar moção de repúdio contra a terceirização ilegal no Banco.


“Hoje mesmo, o BNB passa por uma reestruturação que pode trazer muitos prejuízos aos funcionários. Convoco a todos para que saiamos desse Congresso unidos pelo empenho da defesa do BNB”, avalia Tomaz de Aquino.