Conservadorismo e Demagogia na Conjuntura Político-Eleitoral

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Os movimentos políticos na atualidade são vistos pela sociedade com extrema cautela. Desconfia-se, com razão, da possibilidade de interesses outros que não os publicizados possam ser os motivos reais das ações. Isto vale para todos, mas é evidente que há personalidades e partidos que já gozam de uma desconfiança histórica acumulada… É o caso do bloco PSDB/PFL em âmbito nacional e estadual e de algumas de suas figuras ilustres.

Outro dia, o senador Tasso Jereissati esbravejava contra supostas ilegalidades e imoralidades perpetradas atualmente… Sem que nunca tivesse vindo a público prestar contas sobre o que se passou no BNB (era Byron) e BEC (era Monteiro Alencar), para ficarmos somente nestes exemplos.

Já o deputado Moroni Torgan apareceu recentemente defendendo pena perpétua para criminosos. Esquecendo-se ele que esta pena somente será possível de ser criada mediante uma nova Constituição. E se possível, não resolveria minimamente o grave problema da segurança pública.

O PSDB e o governador Lúcio Alcântara movem ações jurídicas contra o Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará. O Partido se sentiu prejudicado pelo que foi publicado na revista “FALE” e reforçado na mesma linha pela direção desta entidade. Segundo porque sentiu sua imagem prejudicada ao ser responsabilizado pela privatização do BEC. Perguntamos, agora, para onde foi o dinheiro da venda do BEC, banco que estava como que em consignação junto à União? E como fica a pose de democrata do governador ao cercear tão grosseiramente a liberdade de imprensa e atuação deste sindicato?

Poderíamos listar inúmeros outros fatos caracterizadores da ação da direita conservadora, que tenta desestabilizar o projeto capitaneado pelo Governo Lula. Basta por último citar o enorme atraso a que foi submetido o Congresso na votação do Orçamento e agora a demagogia barata de conceder um aumento de quase 17% aos aposentados e pensionistas, sem previsão orçamentária e sem um planejamento de desembolso responsável. Tentam assim jogar levianamente os aposentados contra o Presidente Lula, mas o passado os condena e a demagogia presente os descredencia. Há uma dívida com os aposentados, sim, que deverá ser paulatinamente resgatada por sucessivos governos. Assim como paulatinamente vem se recuperando o poder aquisitivo do salário-mínimo – fato ocorrido no Governo Lula.

O período eleitoral deve ser palco de uma das mais acirradas disputas políticas da história brasileira. A elite não absorve a possibilidade de ascensão de alguém vindo dos pobres, um migrante nordestino. Não absorve a possibilidade da constituição de um projeto histórico novo, ainda moderado, cuidadoso… Por isso mesmo, um projeto de curto, médio e longo prazos : sem promessas mirabolantes e sem soluções mágicas. E que por isso mesmo e por tudo isso não pode sofrer retrocessos. O bloco capitaneado pelo Presidente Lula em nível nacional e por Cid Gomes em âmbito estadual se abrem para o movimento sindical de uma maneira diferente. A estes projetos nos somaremos na medida em que reforcem a luta dos trabalhadores organizados nos sindicatos e em outros tantos movimentos sociais, a estes projetos nos somaremos na medida em que reforcem a luta dos povo brasileiro em geral por melhores condições de vida e trabalho.