Continua demitindo e desmarcando reuniões com bancários

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O modelo de gestão do Santander permanece desrespeitando os trabalhadores. As demissões imotivadas aumentaram no primeiro semestre, superando os números do mesmo período do ano passado. As condições de trabalho pioraram com a falta de funcionários, as metas abusivas, o assédio moral, a insegurança e o adoecimento de muitos colegas. E as práticas antissindicais e as terceirizações não param, deixando indignados os representantes dos bancários.


Em vez de apostar no diálogo e na negociação coletiva, o Santander entrou em contato com a Contraf-CUT no dia 17/7, para comunicar que estava adiada a reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) marcada para  dia 22/7, às 14 horas. O banco alegou problemas de agenda.


Na reunião adiada estava prevista a discussão da pauta específica de reivindicações, aprovada no Encontro Nacional dos Funcionários e entregue ao banco no dia 26/6, que não chegou a ser debatida na reunião do CRT no último dia 4/7. O novo superintendente de relações sindicais do Santander, Luiz Cláudio Xavier, que assumiu o cargo no início de maio, disse que ainda não tinha conseguido examinar todas as demandas. A pauta contém propostas de emprego, condições de trabalho, remuneração, saúde suplementar e previdência complementar, além de várias pendências de reuniões anteriores do CRT.


Essa medida unilateral do banco repete a do dia 12/7, quando cancelou a reunião específica para tratar das demandas dos funcionários com deficiências (PCDs), que foi igualmente agendada na reunião do CRT. Nos meses anteriores, o banco já havia suspenso as reuniões sobre o Grupo de Trabalho (GT) do Call Center e a apresentação sobre a agência Select.


O banco limitou-se a agendar o Fórum de Saúde e Condições do Trabalho para a próxima quinta-feira dia 25/7, às 14 horas, bem como o GT do Call Center a ser realizado no dia 29/7, às 14 horas. As duas reuniões não têm local confirmado. E nada foi agendado para retomar o GT sobre o processo eleitoral do SantanderPrevi, previsto no acordo aditivo à convenção coletiva.


Dois pesos, duas medidas – Segundo informações da maioria dos sindicatos para a Confederação, o banco espanhol demitiu 2.604 funcionários no 1º semestre deste ano, dos quais 1.820 sem justa causa.  Enquanto isso, cada diretor do banco vai receber, em média, R$ 5,6 milhões por ano, o que corresponde a 118,4 vezes o que vai ganhar um caixa no mesmo período, conforme projeções do Dieese com base no manual da assembleia de acionistas e na convenção coletiva dos bancários.


“Esses sucessivos cancelamentos são injustificáveis. A situação nas agências é caótica. O banco, além de não parar com as demissões como temos reivindicado, fez uma reestruturação, na qual retirou os coordenadores das agências menores, classificadas como C e D. Essa função agora é exercida por caixas, gerentes. Ou seja, além de não darem conta do próprio trabalho, esses funcionários são obrigados a acumular mais essa função”, afirma a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.