Há um ano, o caos está instalado na agência do Bradesco de Maracanaú. O Sindicato dos Bancários do Ceará, mais uma vez, realizou manifestação de protesto dia 12/3, para denunciar as péssimas condições de trabalho dos bancários e as precaríssimas condições de atendimento aos clientes. Mesmo depois dos inúmeros pedidos do Sindicato à direção regional do Bradesco para solucionar o problema, as reclamações continuam desde março do ano passado. Mas agora piorou: o Bradesco transferiu, à revelia dos clientes, mais de 1.700 benefícios do INSS, antes pagos na agência da Ceasa, para esta agência, no Centro de Maracanaú.
Nas longas filas, as pessoas disputam espaço debaixo da marquise por conta da chuva ou do sol. No dia 13, debaixo de chuva forte, o quadro era de terror. Pessoas idosas passando mal, outras empurrando para chegar até a porta, disputando a prioridade. Mas como ter prioridade, se todos estavam em igual condição.
Em busca de solução – Os diretores do Sindicato já voltaram às tratativas junto à diretoria regional do Bradesco no Estado. Mas, caso não obtenham sucesso nas reivindicações, já que ouviram inúmeras promessas anteriores, preparam denúncia aos órgãos de defesa do trabalhador e consumidor, tais como Ministério Público e Procon. Também já estão sendo enviados ofícios à Prefeitura e Câmara Municipal de Maracanaú, por se tratar de assunto.
Para o diretor do Sindicato, Telmo Nunes, “apesar de ser um banco que lucra bilhões, o Bradesco não melhora o atendimento aos clientes. O caos é visível em Maracanaú. Fila interminável e os bancários, por sua vez, reclamam da sobrecarga de trabalho, inclusive com adoecimento de trabalhadores”.
“Nossa reivindicação é por melhores condições de trabalho para os bancários e melhor infraestrutura para atender os clientes”, denunciou Robério Ximenes, diretor do SEEB/CE. O dirigente lembrou ainda da necessidade do banco disponibilizar outro prédio para atendimento dessa clientela, que agora aumentou por conta dos transferidos da agência da Ceasa para lá.
“O Bradesco não investe em nada para desenvolver a agência nesse município. Esse banco não respeita clientes, nem trabalhadores, e não merece nosso respeito”, afirma Pedro Moreira, diretor do Sindicato.
Denúncias de clientes – Segundo relatos dos clientes, a demora na fila chega a horas de espera do lado de fora e dentro da agência, onde o aperto é grande.
“Tem alguma coisa errada, tem algum faturamento por trás. Porque não botam a gente no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal. Sou cliente e idoso, e tenho meus direitos como cidadão. Quero respeito”, disse João Evangelista Santos,
65 anos.
“Desde segunda-feira (10/3) estou perambulando buscando meu aposento. Já fui no Bradesco da Parangaba e da Ceasa, mas disseram que me mudaram para cá, sem eu saber”, denunciou Maria Judite de Barros, 77 anos.
“Cheguei cedo e estou em pé esse tempo todo, só falta a gente desmaiar” disse a aposentada Teresinha Saraiva Gomes, 68 anos.