Contraf-CUT cobra do BB mudanças em plano de funções e norma de controle

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Na retomada das mesas de negociação permanente na quarta-feira, 19/6, com o Banco do Brasil, a Contraf-CUT, federações e sindicatos, apresentaram críticas e reivindicações de melhorias por parte das entidades sindicais ao plano de funções do banco, implantado unilateralmente em janeiro de 2013, e à instrução normativa 383 que trata de controle disciplinar.


A Contraf-CUT manifestou preocupação em relação ao forte caráter autocrático da instrução normativa. O banco, ao defini-la, concede a si próprio o mais amplo e irrestrito poder em relação aos funcionários da empresa, de maneira que, muitas vezes, o BB chega a extrapolar até a legislação nacional e internacional em relação aos direitos das pessoas.


Plano de funções – A Contraf-CUT apresentou os principais problemas e prejuízos causados ao conjunto do funcionalismo com a implantação do novo plano de funções em janeiro de 2013.


Os prejuízos foram tanto de maneira imediata – como, por exemplo, na redução salarial em 16,25% nos Valores de Referência das funções de 6 horas criadas pelo banco – como também futuros para o conjunto dos funcionários em suas carreiras, pelo fato de o banco reduzir as gratificações de funções em até 75%, tanto das funções de 6h quanto nas que ele entende ser de 8h, e não permitir que os bancários percebam mais os ganhos das verbas pessoais como aumentos no piso, VCPs e carreira de mérito acima dos VRs ,que passaram a ser teto de remuneração e não mais piso.


O banco prometeu ao funcionalismo na campanha nacional de 2012 implantar a jornada correta de 6 horas nas funções comissionadas e o que a área responsável pela implantação fez – a direção da Dipes – foi alterar completamente a sistemática da folha de pagamento que vigorava desde os anos 90, quando se criaram os VRs e o modelo Verbas Pessoais + Gratificação de Funções (ABF+ATFC) com complementos CTVF quando os VRs eram maiores, alterando as verbas de pagamento de funções comissionadas, reduzindo a gratificação de função de dezenas de milhares de funcionários, que seguem fazendo a mesma tarefa e recebendo menos por ela, com o objetivo claro de que ninguém perceba mais os ganhos das campanhas salariais.


Faltas das greves por mudanças no plano de funções – A Contraf-CUT reivindicou que as faltas dos dias nacionais e locais das lutas motivadas pela implantação unilateral do plano de funções sejam revistas, porque o banco classificou as faltas como “não abonadas, não justificadas”, e a própria empresa sabe que elas ocorreram por divergências entre o funcionalismo e uma mudança implantada por ela. O banco ficou de analisar a reivindicação e dará a resposta à Contraf-CUT posteriormente.


Mérito dos caixas – A Contraf-CUT cobrou novamente que o banco regularize e pague o mérito dos caixas que estão em mandatos de representação sindical. Os dirigentes ou ex-dirigentes que estiveram em mandatos sindicais ainda não receberam a letra de mérito desde a assinatura do acordo aditivo em 2012. O banco deve incluir a pontuação na Carreira de Mérito de quem foi caixa desde 1º de setembro de 2006 a 0,5 ponto por dia, e deve pagar o direito mensal retroativo a 1º de setembro de 2012 para aqueles que atingiram 1095 pontos. O banco ficou de responder à Contraf-CUT sobre a questão.