Contraf-CUT cobra queda dos juros e spread em bancos públicos e privados

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A Contraf-CUT considera positiva a diminuição de juros anunciada na semana passada pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e cobra que os demais bancos públicos e privados sigam o mesmo caminho. “Não há justificativa para explicar a prática no Brasil das maiores taxas do mundo”, afirma Carlos Cordeiro, presidente reeleito da Contraf-CUT.

BB e Caixa – O BB revelou na semana passada um programa de ampliação do crédito e redução de juros. Os limites de crédito foram ampliados em R$ 26,8 bilhões para micro e pequenas empresas e em R$ 16,3 bilhões para as pessoas físicas. Os juros para o financiamento dos veículos, por exemplo, terão redução de 19% sobre os valores cobrados hoje. Em geral, as linhas para a aquisição de bens e serviços de consumo caíram 45%. Houve queda também nas taxas para aposentados da Previdência Social.

Empréstimos e cheque especial: juros extorsivos – Pesquisa da Fundação Procon de São Paulo mostra que as taxas de juros cobradas por sete bancos consultados se mantiveram inalteradas para empréstimos pessoais em março, ante fevereiro, enquanto que para o cheque especial houve um leve aumento. O levantamento comparou as taxas cobradas por BB, Bradesco, Caixa, Itaú, Safra, Santander e HSBC. O Itaú é a instituição pesquisada que cobra a maior taxa para empréstimo pessoal (6,76% ao mês) e o BB, a menor (5,23%). De acordo com o Procon-SP, o resultado da pesquisa mostra que o mercado financeiro resiste em cortar seus juros mesmo com as sucessivas quedas na taxa Selic nos últimos meses.

Cartão de crédito: juros nas alturas – Uma pesquisa divulgada em janeiro pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) mostra que a taxa do cartão de crédito no Brasil é a mais alta na comparação com cinco países da América do Sul e o México.

Spread bancário: abusivo – Levantamento feito pela subseção do Dieese na Contraf-CUT com base em dados do Banco Central mostra a impressionante resistência do valor médio e abusivo do spread bancário, focando pessoas físicas e jurídicas. Desde dezembro de 2004, o valor pouco variou, subindo de 26,8% na ocasião para 28,4% em fevereiro deste ano. Quem arca com o maior spread são as pessoas físicas.

Conferência Nacional do Sistema Financeiro – A política de crédito e os juros praticados pelos bancos brasileiros são alguns dos temas que certamente serão discutidos na 1ª Conferência Nacional do Sistema Financeiro, cuja convocação já foi solicitada ao governo federal pela Contraf-CUT com o apoio da CUT.