A Contraf-CUT, federações e sindicatos discutiram com o Bradesco no dia 19/6, em Osasco (SP), a concessão de vale-cultura para os bancários e o programa de reabilitação profissional dos afastados por doença ocupacional. Os itens integram o calendário prévio definido na negociação ocorrida no último dia 28/5, e fazem parte da pauta específica de reivindicações da Campanha Nacional de Valorização dos Funcionários.
Vale-cultura – Os bancários fizeram o primeiro debate sobre o vale-cultura com o banco. A diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Elaine Cutis, explica que “o vale-cultura está previsto na lei federal nº 12.761, de 27 de dezembro de 2012, que instituiu o Programa de Cultura do Trabalhador, mas depende da adesão das empresas”. Na reunião ficou definido que nos próximos dias o movimento sindical enviará uma proposta formatada sobre o vale-cultura para a apreciação do banco.
Reabilitação profissional – O debate também marcou a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre reabilitação profissional. O GT foi criado no último dia 6 para a elaboração de um programa, com base na cláusula 43ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Bradesco apresentou premissas para a elaboração de uma proposta, entre elas a implantação de uma equipe multiprofissional para assegurar ao funcionário a realização de atendimentos especializados e exames.
O documento do banco aponta que a equipe será composta por médico de trabalho, assistente social e psicólogo. O objetivo é dar suporte para que o profissional reabilitado desempenhe as funções sem comprometer mais uma vez a sua saúde. A proposta do Bradesco ainda sugere que também componha a equipe um técnico de segurança do trabalho, para avaliar e adequar as condições do posto, e um engenheiro de trabalho com a incumbência de supervisionar e aprovar os locais em que os funcionários reabilitados serão realocados.
Segundo o funcionário do banco e secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale, é preciso focar o público alvo, que é o trabalhador que está retornando ao ambiente de trabalho. Para ele, uma coisa é o trabalhador que está sendo reabilitado pelo INSS, outra é o reingresso deste profissional no ambiente de trabalho. “Entendemos que quando o profissional está afastado das atividades o contrato de trabalho está suspenso. Portanto, o banco não deve fazer nenhum tipo de ‘gestão’ sobre o trabalhador afastado”, destaca Walcir.
O dirigente sindical considera que a natureza do programa que tem por objetivo a reabilitação do trabalhador deve levar em conta a necessidade de que sejam feitas mudanças no processo de reinserção do profissional ao posto de trabalho. “Como será feita a reinserção deste trabalhador? Será num mesmo processo de trabalho? E qual será o ritmo?”, questiona Walcir. “O retorno precisa ser feito de maneira gradativa”, defende.
Bancário não é lata – As mobilizações continuam em todo País. “A campanha está nas ruas com muita garra e energia. A ideia é intensificar as atividades e assim conquistarmos o atendimento das demandas dos funcionários, ressalta. Como diz o slogan, “Bancário não é lata. É gente como você, gente de verdade”.