A Contraf-CUT, federações e sindicatos discutiram com os representantes do Banco do Brasil na segunda-feira (18/4), em Brasília, o projeto de ambiência do BB 2.0. O principal debate foi em torno da possibilidade de o banco não colocar as portas giratórias nas agências com o novo modelo.
“São muito bem-vindos mais investimentos na área de segurança que o banco está fazendo com a ambiência, no entanto, a porta giratória deve permanecer em todas as unidades porque efetivamente evita assaltos, traz mais segurança e, principalmente, protege a vida das pessoas. É um retrocesso tirar a porta giratória das agências”, criticou Ademir Wiederkehr, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária e secretário de imprensa da Contraf-CUT. “O BB não pode copiar o modelo contestado do Itaú Unibanco, que aumentou o risco para trabalhadores e clientes”, acrescentou.
O projeto-piloto da nova ambiência tem 46 agências nas cinco regiões do País, sendo que, em algumas delas, não há porta giratória. Os representantes do banco afirmaram que não há um movimento para retirar as portas giratórias, porém acreditam que os novos investimentos em tecnologia e segurança seriam suficientes para as agências com o novo modelo. A nova ambientação traz reformas nas agências com mudança na dinâmica da estrutura de caixas, novo padrão visual e mais privacidade para os clientes no atendimento, entre outras alterações.
Diante das mudanças, os dirigentes sindicais reivindicaram que novas medidas de segurança se agreguem ao novo modelo, tais como: permanência da porta giratória com detector de metais, colocação de divisórias entre os caixas, inclusive no autoatendimento, instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas com o reposicionamento dos vigilantes, ampliação das câmeras de vídeo em todos os espaços de circulação de pessoas com monitoramento em tempo real e colocação de vidros blindados nas fachadas. O banco disse que está estudando a colocação de divisórias e biombos.
“Sabemos que o BB participa do mercado competitivo e acredito que a segurança pode ser um diferencial para os clientes e usuários, além do próprio bancário. Queremos melhorar o novo modelo e discutir também com o banco sobre os projetos de lei da área de segurança que apoiamos, dentre os quais os que incluem a obrigatoriedade da portas giratórias”, afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
O movimento sindical propôs ao BB campanhas de conscientização dos clientes e da população sobre a importância da porta giratória, bem como treinamento especializado para os vigilantes. Outra ideia é a instalação de armários, um tipo de guarda-volumes, com chave para o cliente e usuário deixar seus pertences antes de passar pela porta giratória, como forma de agilizar o acesso nas agências e evitar quaisquer constrangimentos. Medidas simples e sem maiores custos para o banco.
“Esse é um debate bastante positivo, pois apresentamos as propostas do funcionalismo para melhorar a segurança dentro das agências. Esperamos que essa discussão sobre as portas giratórias possa abrir as portas para outras discussões sobre segurança, como transporte de valores, abastecimento de caixas eletrônicos e combate à ‘saidinha bancária’”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.