Os representantes dos funcionários na mesa de negociação se sentiram desrespeitados por não terem sido chamados para debate sobre os reajustes das contribuições da Camed anunciado recentemente com o aval da diretoria do Banco. As alterações no custeio dos planos natural e família foram implantadas de forma unilateral. “Os trabalhadores, através dos seus Sindicatos, não tiveram a oportunidade nem de dizer que eram contrários e que tinham propostas alternativas, a exemplo do aumento para 3% da folha salarial da contribuição por parte do patrocinador, sem aumento por parte dos trabalhadores”, disse Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB.
Carlos Souza, vice-presidente da Contraf-CUT, informou que a entidade buscará esclarecimentos junto à Agência Nacional de Saúde, visando coibir o aumento abusivo anunciado pela Camed. O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, informa que consultará o Jurídico do Sindicato ação na esfera do direito do consumidor para questionar a decisão da Camed, respaldada pela diretoria do BNB.
Carlos Souza mostrou-se indignado pelo fato de a mesa de negociação permanente, iniciada no dia 19/12, ter que ser suspensa devido a Contraf-CUT, Fetrafi/NE e Sindicatos se sentirem desrespeitados pelo Banco, em face da ausência do diretor Administrativo da Instituição, contrariando o que havia sido acordado entre as partes.
Para dar continuidade à negociação, a Contraf-CUT e os Sindicatos vão encaminhar à presidência do Banco ofício propondo calendário para discussão de temas relevantes para a categoria. Pela proposta das entidades sindicais dias 15, 16 e 17 de janeiro/2014, serão reservados para discutir PCR e Plano de Funções. Já os dias 21, 22 e 23 de janeiro/2014, serão agendados para debater Saúde e Terceirização. Contraf-CUT e Sindicatos cobrarão uma resposta do Banco.
Mesa específica – Sobre as mudanças na Camed impostas pelo BNB de forma unilateral, os dirigentes sindicais afirmam que o Banco procurou a solução mais fácil cortando na carne dos mais fracos, que são os trabalhadores, que já estão penalizados com o plano. Os representantes sindicais dos funcionários repudiam o fato de terem conhecimento das majorações através dos veículos do Banco e não na mesa de negociação, onde está assegurado o debate sobre a questão saúde do trabalhador.
A Contraf, Federação e Sindicatos investem no canal do diálogo. “Somos defensores da mesa permanente de negociação por entender que é um espaço importante para os dois lados – empresa e trabalhadores, manifestarem suas posições. É muito ruim perceber a falta de prioridade, falta de respeito a essa mesa e uma tentativa de engessar as discussões com burocracia. Cobramos postura do Banco de valorização da mesa permanente de negociação, como os outros bancos públicos e privados respeitam esse mecanismo. Se for necessário iremos cobrar, inclusive, dos órgãos do Governo”, finalizou Carlos Souza.