Contraf-CUT inicia organização da Campanha Nacional 2011

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A Contraf-CUT realizou na terça-feira, dia 31/5, a primeira reunião nacional para organização da Campanha Nacional dos Financiários 2011. Participaram do encontro representantes da Fetec Paraná, Fetraf Minas Gerais, Feeb Rio de Janeiro e Espírito Santo, Fetec Nordeste e Fetec Centro Norte.


A luta pelo emprego foi definida como a principal bandeira da campanha salarial deste ano, especialmente com foco nas terceirizações, a partir da edição das novas resoluções do Banco Central (3954 e 3959, de 24 de fevereiro e 31 de março de 2011, respectivamente) que, apesar de proibirem a forma de franquia, autorizaram os bancos e financeiras a constituírem seus próprios correspondentes para atuarem na concessão de crédito.


“Em nosso entendimento, essa terceirização é ilícita e vem sendo proibida sistematicamente pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST)”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT. “Se existem cerca de 10 mil financiários neste segmento de crédito, estimamos que na prática sejam mais de 100 mil trabalhadores, indevidamente enquadrados como comerciários, promotores de vendas, entre outras nomenclaturas”.


O movimento sindical pretende dar publicidade para toda a sociedade do desvio cometido pelos bancos e financeiras que, de maneira irresponsável e ilegal, terceirizam sua principal atividade. “Essa forma de atuar encarece o crédito, propicia fraudes por conta da atuação dos ‘pastinhas’, pressiona os trabalhadores a induzir os clientes a tomarem empréstimos de forma irresponsável, comprometendo a renda das famílias, e acaba por expor a riscos o próprio sistema financeiro. Mas por outro lado, engorda e muito o lucro dos bancos e das financeiras”, acusa Miguel.

OUTRAS REIVINDICAÇÕES – Com data-base em 1º de junho na maioria dos estados, os financiários reivindicarão um reajuste salarial que contemple a reposição da inflação acumulada entre 1º de junho de 2010 e 31 de maio de 2011 (projetada em 7,27% segundo o ICV/Dieese) e um aumento real de 5%. Em termos de remuneração, os financiários reivindicam ainda um modelo de PLR equivalente ao definido na Convenção Coletiva dos Bancários. Da mesma forma, cobram a criação de um acordo de combate ao assédio moral nos moldes do conquistado recentemente pelos bancários.


Os trabalhadores defendem que o acordo assinado pela Contaf-CUT com a Fenacrefi seja cumprido em todo o território nacional e válido para todos os trabalhadores que prestam serviços às financeiras.


A Contraf-CUT atualizará a minuta de reivindicações da categoria após os debates com os sindicatos e as federações. O texto será encaminhado a todas as entidades para discussão e aprovação em assembleias. O calendário para a realização das assembleias será divulgado posteriormente, incluindo a data para a entrega da minuta à Fenacrefi.