Contraf-CUT não aceita compensação do PPR/PSV na PLR

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A Contraf-CUT já encaminhou para a direção do HSBC a reivindicação de não desconto dos programas próprios de remuneração variável do pagamento da segunda parcela da PLR dos funcionários.


“Reivindicamos a abertura imediata de negociações com as entidades sindicais para discutir o programa e a forma de pagamento. O banco hoje desmotiva os seus funcionários e mantém um programa completamente desmoralizado. Poucos vão se esforçar para atingir as metas, apesar do alto nível de cobranças”, avalia o funcionário do HSBC e secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.


“Quem da diretoria do banco pressiona pelo atingimento das metas recebe fortunas, mas quem está na linha de frente, vendendo os produtos e realmente garantindo o crescimento do lucro, se sente traído pelo HSBC. Esse é o sentimento dos funcionários. Nós vamos mobilizar os trabalhadores e lutar para reverter essa injustiça”, salienta.

Farsa – O banco cobra dos funcionários metas abusivas, incentivando o seu cumprimento pela remuneração via PPR e PSV. O banco pela convenção coletiva é obrigado a pagar a PLR, mas de forma descarada desconta do valor obrigatório da remuneração de seus programas específicos. Assim, por exemplo, se é devido ao funcionário R$ 5.500,00 de PPR/PSV, e R$ 5.500,00 de PLR, o bancário recebe apenas R$ 5.500,00 da PLR.


A Contraf-CUT propõe que o bancário receba a somatória de todos os programas. O banco não esclarece aos funcionários a regra. O trabalhador se mata o ano todo para bater a meta e, quando chega o momento de ganhar, não há nada a receber.


Aos clientes, resta o atendimento precário, feito por funcionários desvalorizados, insatisfeitos e sobrecarregados, e o pagamento de tarifas que atingem valores cada vez mais altos, incomparáveis com outros lugares do mundo.

CDP – Outra crítica dos representantes legítimos dos bancários é em relação ao CDP, sistema de avaliação individual anual dos bancários, que não é feito de forma séria e acaba pesando mais o atingimento das metas.Um dos elementos da avaliação é a quantidade de contas correntes abertas pelos bancários. Por exemplo, o banco estabelece como meta a abertura de 40 contas, o bancário consegue 70, mas o banco não aprova o limite de 50, a culpa por não bater a meta recai sobre o bancário, que tem uma má avaliação.Se o banco está emprestando pouco ao cliente, quem paga por não bater as metas é o funcionário, acabando por apresentar nota ruim no CDP, o que pode gerar demissões. O banco tem o direito de não emprestar, mas não pode prejudicar o trabalho do bancário. O CDP, como está configurado não é correto, é injusto.

Mobilização – Nos próximos dias, a Contraf-CUT pretende retomar as negociações específicas com o HSBC e o tema do pagamento do PPR/PSV X PLR estará na pauta. “Passou da hora de o banco respeitar e valorizar os seus funcionários e rever estes absurdos de seu programa próprio de remuneração variável”, finaliza Miguel.