Contraf-CUT participa da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção

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A Contraf-CUT, por indicação da UNI Finanças, participou no dia 9/11, da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC, na sigla em inglês), sob o tema “Mobilizando pessoas: conectando agentes de mudança”. Trata-se do mais importante evento dedicado ao debate e à troca de experiências referentes ao assunto, reunindo chefes de Estado, representantes de governos, parlamentares e sociedade civil. A iniciativa ocorre em um País diferente a cada dois anos.


Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT, foi um dos painelistas, representando os trabalhadores do setor financeiro. Ele participou do painel “Transparência e Responsabilidade: construindo uma coalizão diversa para a mudança”, cujo moderador foi o sul-africano Kumi Naidoo, representante do Greenpeace Internacional.


Luta por transparência – O dirigente sindical saudou os organizadores e participantes, lembrando que o evento projeta a mesma diversidade do Fórum Social Mundial, que nasceu em Porto Alegre, em 2001. Ele destacou a importância do combate à corrupção e defendeu a transparência e o fortalecimento da democracia. “Os bancários estão fazendo a lição de casa quando realizam anualmente uma campanha nacional de forma democrática, transparente e participativa”, disse Ademir.


O diretor da Contraf-CUT frisou também a luta dos bancários por transparência no sistema financeiro, citando a importante parceria com o Dieese. “Com as estatísticas e pesquisas do Dieese, a partir das análises dos balanços dos bancos, os bancários contam com valiosas ferramentas para sustentar a mobilização por emprego, aumento real, distribuição dos lucros, igualdade de oportunidades e mais investimentos na saúde e na melhoria das condições de trabalho”, destacou.


Defesa dos consumidores – Ademir destacou também a importante parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), cujo diretor Marcos Pó foi também um dos painelistas. O sindicalista citou a publicação “Os bancos e você – como se defender dos abusos dos bancos”.  O diretor da Contraf-CUT lembrou também o recente lançamento do Guia de Bancos Responsáveis (GBR), que traz a avaliação dos bancos, bancários e consumidores. “A gente observa que responsabilidade social é peça de marketing dos bancos, pois ainda não se traduziu em ações concretas em favor dos trabalhadores, clientes e sociedade”, frisou.


Regulação do sistema financeiro – O dirigente da Contraf-CUT focou ainda a luta pela regulação do sistema financeiro. “A sociedade não pode pagar a conta da crise financeira, como está acontecendo hoje em vários países europeus, prejudicando trabalhadores e aposentados”, disse. Ademir chamou a atenção para a luta da UNI Finanças em todo mundo por mecanismos de controle e regulamentação do sistema financeiro internacional e a adoção do imposto sobre transações financeiras, além da mobilização por acordos marcos globais. Ele ressaltou, por fim, a luta dos bancários no Brasil pela realização da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro.


Quatro dias de debates – A 15ª Conferência contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Ela destacou que o combate à corrupção no Brasil é uma prática de Estado que possui mecanismos sólidos, como uma Polícia Federal atuante, órgãos como a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União, além de uma imprensa livre. A presidenta ressaltou a importância dos mecanismos de transparência do governo. “Queria destacar a recente aprovação da Lei de Acesso à Informação que acreditamos ser uma das mais avançadas do mundo porque sujeita todos os entes ao amplo acesso aos dados da gestão, dos gastos, dos históricos”, disse.


Dilma também defendeu aumento da regulação e transparência das transações financeiras internacionais. Segundo ela, sem o devido controle, esses fluxos estão sujeitos a manipulações com risco para os empregos dos que vivem nos países mais pobres. Ela disse ainda que o discurso anticorrupção deve valorizar a ética e o conflito democrático. “[Ele] não pode se confundir com o discurso da antipolítica ou antiestado que serve a poucos interesses. Deve, ao contrário, valorizar a ética e o conflito democrático, deve conhecer o papel do Estado. O Estado é destinatário privilegiado das mobilizações por transparência”, disse Dilma.