Contraf-CUT propõe reversão de terceirizações em debate com Fenaban

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Aconteceu no dia 26/4, a segunda reunião da comissão paritária de Terceirização entre Contraf-CUT e Fenaban. O encontro foi realizado em São Paulo e deu continuidade aos debates iniciados no último dia 7/4. No último encontro, Fenaban e Contraf se comprometeram a apresentar dados e informações a respeito do processo de terceirização nos bancos e no sistema financeiro. A Fenaban, alegando dificuldades em obter a sistematização das informações exatas para o debate, não trouxe a apresentação.


A próxima reunião da comissão paritária ficou agendada para o dia 7/6, às 15h30, na sede da Fenaban, quando a Fenaban dará resposta sobre o interesse dos bancos em discutir a possibilidade de reversão da terceirização em determinadas áreas, etapas ou procedimentos. Por sua vez, os sindicalistas fizeram o dever de casa e apresentaram os principais serviços terceirizados pela maioria dos bancos, bem como uma série de processos negociados banco a banco que garantiram a reversão da terceirização.


Dentre as principais atividades terceirizadas, foram relacionadas pelos bancários: Back office ou retaguarda bancária (movimentação das agências, malotes PJ, caixas eletrônicos etc); atividades de tesouraria; compensação bancária; call center (ativo e receptivo); tecnologia de informação; abertura de conta corrente; processamento de conta corrente; gestão eletrônica de documentos; processamento de empréstimos / crédito / crédito imobiliário; promotores de vendas. A Fenaban concordou serem esses os grandes grupos de serviços terceirizados, ainda que tenha alguma diferenciação de nomenclaturas.


Os bancários apresentaram também uma série de serviços cuja terceirização foi revertida em negociações banco a banco, em áreas como: tele-atendimento, financiamento de automóveis, telefonia, call center ativo e receptivo e cartão de crédito, além do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Caixa, que envolve a retaguarda, digitação e tecnologia.


Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, presente à reunião, o fornecimento das informações por parte da Fenaban a respeito dos serviços terceirizados e do número de trabalhadores envolvidos, bem como o local de prestação desses serviços, é fundamental para o bom desenrolar dos trabalhos na comissão paritária. “Nossa preocupação é com o nível e a qualidade dos postos de trabalho na categoria e no conjunto de atividades que permeiam a intermediação financeira. Aliás, este é o objetivo de construção da própria Contraf-CUT, buscar a organização e a representação de todo o ramo financeiro”, afirma.


Os trabalhadores propuseram à Fenaban uma consulta aos bancos para a abertura de negociações para a revisão em todo o sistema financeiro de terceirizações, a partir das experiências exitosas citadas como exemplo banco a banco. “Deixamos claro na mesa que nossa intenção é tratarmos das possibilidades de reversão de processos de terceirização nos bancos. Aguardamos um retorno positivo por parte das empresas nesse sentido e que poderá ser inclusive em áreas não citadas por nós na apresentação de hoje”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.