Contraf-CUT retoma negociações com Bradesco, a partir das questões de saúde e assédio moral

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A Contraf-CUT, federações e sindicatos reuniram-se na sexta-feira, 29/7, com a área de recursos humanos do Bradesco para discutir questões relacionadas à saúde dos trabalhadores e ao assédio moral. No item saúde, foram debatidas questões relacionadas ao Saúde Bradesco, principalmente na ampliação das coberturas para especialidades não atendidas, como nas áreas de psicologia, psiquiatria e fonoaudiologia, no aumento da rede credenciada, bem como a necessidade de garantir atendimento de qualidade a todas as cidades e regiões do País.


Os dirigentes sindicais também reivindicaram novamente a possibilidade de inclusão dos pais como dependentes no plano de saúde, uma vez que essas despesas comprometem boa parte da renda dos bancários, que assumem esses custos.


Os representantes do banco propuseram a criação de um grupo de trabalho para avaliar e acompanhar os encaminhamentos em todos os Estados, a partir de cada federação de bancários, que deverá apresentar um diagnóstico dos problemas relacionados ao atendimento e coberturas do plano.


Com relação à necessidade de inclusão de novas coberturas ficou acertado com a direção do Bradesco que será realizada uma apresentação onde serão demonstrados todos os efeitos que a organização, divisão do trabalho e a cobrança do cumprimento de metas têm provocado na saúde psíquica dos bancários. E, a partir daí, avançar nas definições das áreas e das necessidades para as novas coberturas.


Já no plano odontológico, foi cobrada a atualização dos procedimentos como o de implante dentário e a cobertura de gastos com despesas relativas a ortodontia.


“A saúde do trabalhador em toda a sua amplitude é uma das questões mais importantes para a atuação do movimento sindical bancário, dadas as estatísticas de adoecimento e afastamentos do trabalho, principalmente por razões emocionais, que provocam desde ansiedade a depressões, síndrome do pânico e até tentativas de suicídio”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT. “A abertura desse canal de negociação e a sensibilização do banco para a resolução dos problemas é muito importante para a construção de um ambiente de trabalho saudável”.


Outra exigência dos dirigentes sindicais é que o plano de saúde seja mantido durante a aposentadoria, quando a remuneração do trabalhador cai muito.


A próxima rodada de negociação específica, com data a ser definida, debaterá auxílio-educação, emprego e plano de cargos, carreiras e salários (PCCS).

COMBATE AO ASSÉDIO MORAL – O Instrumento de Combate ao Assédio Moral foi outro tema abordado na negociação. O banco afirmou que tem levado a sério o instrumento e chegou a citar o resultado de uma denúncia que, após checadas as informações e averiguados os fatos, resultou na reversão da demissão de um bancário. Ainda segundo a empresa, não interessa identificar o autor da denúncia de assédio e, sim, apurar o caso denunciado.

LUCRO – O Bradesco anunciou na quarta-feira, dia 27/7, que registrou lucro líquido de R$ 5,487 bilhões no primeiro semestre, com crescimento de 21,7% ante o resultado contabilizado no mesmo período em 2010. Já o ganho ajustado nesse intervalo foi de R$ 5,563 bilhões, com expansão de 20,9% no mesmo comparativo.