Contraf-CUT retoma negociações e cobra emprego e segurança

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A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram no dia 10/2 o processo de negociação com o Itaú Unibanco, em São Paulo. As entidades entregaram ao banco a minuta específica de reivindicações dos funcionários, que possui nove itens: emprego, remuneração, metas abusivas, saúde e condições de trabalho, segurança bancária, liberdade sindical, previdência complementar, plano de saúde e igualdade de oportunidades. A minuta foi construída no Encontro Nacional de Dirigentes Sindicais do Itaú Unibanco, realizado nos dias 14 e 15/12, em São Paulo.


A Contraf-CUT reivindicou e o banco concordou que a negociação da minuta seja feita por meio de blocos temáticos ao longo do primeiro semestre, de forma a discutir as demandas apresentadas. A primeira reunião está prevista para o final de fevereiro e as demais devem acontecer quinzenalmente. Os temas serão escolhidos previamente. O tema da primeira rodada será o Plano de Saúde, além de dois itens do bloco de remuneração: PCR (Participação Complementar nos Resultados) e auxílio-educação.

Segurança – Durante a reunião foi entregue ao banco uma carta endereçada ao presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, na qual a Contraf-CUT cobra proteção da vida dos trabalhadores e clientes do banco. Os bancários demonstraram a contrariedade à retirada de portas giratórias com detectores de metais nas agências e postos de atendimento. “Vimos manifestar nossa inconformidade e preocupação diante da retirada de portas giratórias com detectores de metais em cidades onde não existem leis municipais que obriguem a instalação desse equipamento de segurança”, diz a carta. Os bancários lembram que as portas giratórias reduziram o número de assaltos a bancos desde sua introdução, no final dos anos 1990. Os bancários refutam o argumento apresentado pelo banco, de que a retirada é motivada por ações judiciais movidas por clientes que se sentiram constrangidos ao tentarem entrar em agências. “Concordar com essa visão equivocada seria o mesmo que acabar com a vistoria dos passageiros nos aeroportos, onde também ocorrem eventuais constrangimentos”, diz o documento.


“A solução não é a retirada das portas giratórias, mas sim, aperfeirçoar o seu funcionamento, com revisão técnica permanente, orientação aos clientes e garantia de condições adequadas de trabalho para os vigilantes”, completa o documento. Os bancários cobram a instalação do equipamento em todas as agências e postos de atendimento no País.


A carta lembra que o banco lucrou R$ 14,620 bilhões em 2011 e aplicou, segundo levantamento do Dieese, somente R$ 482 milhões em despesas de segurança e vigilância, o que representa apenas 3,30% do lucro.

Emprego – Apesar de fazer parte dos temas que serão debatidos com o banco ao longo do semestre, o movimento sindical cobrou do Itaú durante a reunião o fim das demissões. No balanço de 2011, 4.058 empregos foram eliminados. Mas as dispensas não param por aí. Além da eliminação dos postos de trabalho, a rotatividade também é uma prática nefasta adotada pelo Itaú. O movimento sindical vai mobilizar os trabalhadores na luta pelo emprego.

Ar condicionado – Um problema detectado pelo movimento sindical em todo o País diz respeito ao ar condicionado nas agências. Muitos equipamentos estão defeituosos e alguns gestores que, querendo economizar, desligam os aparelhos fora do horário comercial. O resultado é um só: funcionários, clientes e vigilantes sofrendo com o calor insuportável que faz nesta época do ano nas unidades. Os representantes do banco ficaram de averiguar as denúncias e dar uma resposta na próxima reunião.

Outros temas – De forma breve, foi discutido o “Projeto Corredor”, que trata da abertura de agências em horário estendido, das 8h às 20h. O banco deverá fazer uma apresentação do projeto para o movimento sindical, em data a ser definida. Outros dois temas estiveram ainda na pauta. A divulgação do ranking individual de metas por gestores, uma prática proibida pela convenção coletiva; e a questão da fita de caixa, um problema que continua gerando inúmeros constrangimentos aos bancários, apesar das modificações feitas no ano passado pelo banco.