Para o presidente da Contraf/CUT, Carlos Cordeiro, a retomada do processo de negociação permanente é importante para dialogar com os bancos e buscar soluções para questões fundamentais, como a necessidade de proteção da vida dos bancários, vigilantes e clientes.
SEGURANÇA – Os dirigentes sindicais propuseram aos representantes da Fenaban e dos bancos uma agenda de reuniões para debater as reivindicações envolvendo segurança da minuta nacional de 2009, começando pelas medidas reparatórias em decorrência de assaltos e sequestros. Foram apresentadas demandas como atendimento médico, psicológico e segurança ao bancário e a sua família em caso de ameaças, sequestros e outros ataques a bancos. Também foi proposto que, no caso de assalto a qualquer agência ou posto de atendimento, consumado ou não, o banco deve fazer comunicação imediata à CIPA e ao sindicato local, com o fechamento do estabelecimento até que as condições de segurança necessárias sejam restabelecidas. Os bancários defenderam a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) a todos os funcionários que presenciaram o assalto, consumado ou não, bem como aos vitimados por sequestro ou extorsão.
Os representantes da Fenaban e dos bancos ficaram de analisar as propostas e trarão respostas no próximo dia 22/4, às 15h30, quando ocorrerá nova reunião da mesa temática de Segurança Bancária.
IGUALDADE – A secretária de Políticas Sociais da Contraf/CUT, Deise Recoaro, vê perspectivas positivas para os debates na mesa de Igualdade de Oportunidades. “Os bancários se tornaram referência para outros setores ao lançar essas discussões e nossas conquistas se tornam base para outras categorias. Por isso nossa responsabilidade aumenta em trazer bons resultados das negociações”, afirma.
Os trabalhadores apresentaram aos bancos proposta de criação de uma campanha conjunta pela valorização junto a gestores e funcionários do aleitamento materno e da ampliação da licença-maternidade para 180 dias, conquistada na última campanha salarial. Foi proposto também buscar a participação de especialistas na área para a campanha, como a Sociedade Brasileira de Pediatria. A Fenaban afirmou que vai estudar a possibilidade e dará uma resposta na reunião do dia 23/4.
O encontro definiu ainda a dinâmica de funcionamento e calendário para as reuniões da mesa temática. As partes acordaram a realização de uma reunião a cada 15 dias, ajustando-se a data para as agendas de trabalhadores e Fenaban. Foram definidos também blocos temáticos a serem tratados nas próximas negociações. Os debates serão divididos em Gênero, Raça, Orientação Sexual, Pessoa com Deficiência e Questões Geracionais. Também no próximo encontro, a pedido da Contraf-CUT, será realizada uma releitura dos dados do Mapa da Diversidade, pesquisa realizada que confirma as desigualdades dentro dos bancos. Além disso, os trabalhadores cobraram que os bancos apresentem a situação atual dos programas divulgados pelas empresas para promover a igualdade.
TERCEIRIZAÇÃO – A Contraf-CUT retomou as discussões com a Fenaban na Mesa Temática sobre Terceirização e ficou agendada uma nova reunião para o dia 26/4. Ficou acertado que a Fenaban irá trazer uma apresentação com informações sobre o processo de terceirização nos bancos, bem como de sua visão sobre o tema. Da mesma forma, os bancários levarão para a mesa uma apresentação feita a partir do olhar dos trabalhadores sobre o tema.
A retomada da mesa temática foi valorizada por empresas e trabalhadores. “É muito importante termos esse espaço para aprofundar temas que não temos tempo de tratar de forma completa durante a campanha salarial”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT. “Ainda mais num tema como a terceirização, que é da maior relevância não só por conta do impacto que tem no nível de emprego nos bancos, mas também nas condições de trabalho e nos salários de bancários e trabalhadores terceirizados”, diz.