Contraf e Sindicatos questionam reestruturação e cobram transparência

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A Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), esteve reunida com a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) na quinta-feira, 24/8, para debater o processo de reestruturação, mais especificamente o novo modelo de agências proposto pelo Banco, que vem causando expectativa e preocupação ao corpo funcional.


O Banco apresentou aos representantes dos trabalhadores o novo modelo alegando o crescimento de operações digitais como um dos fatores que norteiam as mudanças organizacionais dentro da Instituição. O novo modelo prevê extinção ou redução na quantidade e nos valores de funções comissionadas, principalmente aquelas ligadas à área do desenvolvimento e atendimento, como é o caso de funções de gerente de negócios/Pronaf e caixas.


A Contraf e os sindicatos que compõem a Comissão Nacional registraram de imediato o clima de temor e indignação do funcionalismo com a reestruturação e a ameaça premente de perda de função e transferências ou desligamentos.


Diante desse quadro de apreensão, a Contraf-CUT está orientando a realização de um Dia Nacional de Luta no dia 30/8. As entidades sindicais acreditam ser necessária a suspensão da reestruturação até que se faça um debate mais transparente sobre todos os impactos do novo modelo de agências tanto para o funcionalismo como para o próprio Banco enquanto agente de desenvolvimento.


CAMPANHA SALARIAL – A Contraf-CUT destacou ainda que, devido ao acordo coletivo de dois anos assinado com o Banco, o mote principal da campanha salarial deste ano é a defesa do emprego e dos direitos dos trabalhadores. Com base nisso, a entidade propôs à direção do BNB um calendário de negociações para o mês de setembro, com o objetivo de continuar discutindo temas aprovados no último Congresso dos Funcionários que não constam do acordo coletivo vigente. O ponto eletrônico também será alvo de discussão em cumprimento ao que prevê o acordo aditivo que o implementou.


FALTAS DA GREVE GERAL – Nos dias 28 de abril e 30 de junho, os trabalhadores realizaram greves gerais contra o governo golpista e a retirada de direitos. As duas greves foram aprovadas em assembleias da categoria e tiveram avisos à população publicados em jornais de grande circulação. Mesmo assim, os funcionários do BNB que aderiram tiveram seus dias descontados como “falta não justificada”. A Contraf solicitou que fosse dado aos trabalhadores o mesmo tratamento das faltas de greve, como está previsto no Acordo Coletivo.


“A sociedade nordestina e os funcionários precisam urgentemente se mobilizarem para defender o BNB, pois a reestruturação em curso na Instituição pode ser apenas a ponta do iceberg no processo de enfraquecimento e até extinção do BNB. Não se trata de terrorismo. As evidências são claras em um governo que aprofunda a cartilha dos anos 90, quando a consultoria Booz-Allen foi contratada pelo governo FHC para questionar o papel dos bancos públicos. Agora, o BNB abre licitação para contratar consultoria que vai avaliar o papel do FNE no desenvolvimento do Nordeste. Isso é, no mínimo, preocupante”
Tomaz de Aquino, diretor do SEEB/CE e coordenador da CNFBNB